O desafio da educação especial em debate
A inclusão educacional é um desafio para os sistemas de ensino. Com esse espírito, está sendo realizado, até o dia 15 de abril, em Brasília (DF), o 2º Seminário Nacional de Formação de Gestores e Educadores do Programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade, organizado pela Secretaria de Educação Especial (Seesp/MEC). O seminário conta com a participação de profissionais da área de educação especial de todo o país.
O objetivo do encontro é garantir o acesso e a permanência de todas as crianças, jovens e adultos com necessidades educacionais especiais no sistema regular de ensino, disseminar a política de construção de sistemas educacionais inclusivos e apoiar o processo de implementação nos municípios brasileiros.
Diversos eixos temáticos estão sendo trabalhados no seminário, entre os quais, escola e família, tecnologia assistiva na educação inclusiva, experiências educacionais, atendimento educacional especializado e inclusão de alunos cegos ou com baixa visão. Nesta terça-feira, 12, o debate foi em torno do tema Experiências Educacionais Inclusivas. Participaram da discussão os dirigentes estaduais de educação especial de Goiás, Dalson Borges Gomes, e do Rio Grande do Norte, Suzana Maria Lima, e as secretárias municipais de educação de Belo Horizonte (MG), Maria do Pilar e Silva, e do Recife (PE), Mércia Melo dos Santos.
A diretora de Políticas da Educação Especial do MEC, Cláudia Maffini Griboski, que mediou os debates, comentou a importância de se relatar e disseminar, para todo o Brasil, experiências que demonstrem a prática educacional das secretarias municipais e estaduais em relação aos alunos portadores de necessidades especiais.
Experiências educacionais inclusivas - O dirigente educacional Dalson Borges expôs as ações tomadas em Goiás, a partir de 1999, quando houve um processo de sensibilização dos administradores públicos. Segundo ele, foi realizada articulação da política de inclusão da Secretaria Estadual de Educação com os subsecretários regionais de educação e com a Superintendência de Ensino Especial. "Ações como a implantação gradativa de unidades escolares inclusivas e a implementação de programas, como o Projeto Escola Inclusiva, também colaboraram para a evolução do sistema de educação especial em Goiás", afirmou.
A representante do Rio Grande do Norte, Suzana Lima, falou sobre a inserção de crianças com necessidades especiais nas escolas do seu estado, entre 1988 e 1989: "A inclusão não deve estar apenas no bojo da educação especial, mas em todos os níveis da administração pública. É também uma discussão que diz respeito a toda a sociedade", defendeu a educadora.
Na opinião dela não se deve pensar em extinguir a educação especial, "deve-se, sim, fortalecê-la nos estados e municípios", afirmou. Ela citou, entre as fragilidades da educação especial no Brasil, as estruturas educacionais arcaicas ainda vigentes em escolas por todo o país.
Repórter: Cristiano Bastos