Seesp sugere mudanças na coleta de dados da educação especial
A Secretaria de Educação Especial (Seesp/MEC) anunciou nesta sexta-feira, 18, ao final da reunião com os dirigentes estaduais da educação especial, que vai solicitar ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC) mudanças na coleta de dados do censo de 2006. O objetivo da Seesp é conseguir um retrato real dos alunos portadores de necessidades educacionais especiais e da formação dos professores que atuam na área.
A secretária de Educação Especial, Cláudia Dutra, fará duas sugestões ao Inep: a publicação de um encarte com orientações para os gestores escolares sobre a importância da troca de informações entre as secretarias das escolas (que preenchem os dados do censo) e os professores. Como o censo é feito com os dados da ficha do estudante, se ele, por exemplo, não relatou na matrícula que é portador de uma necessidade educacional especial, no censo não vai aparecer esta informação, mesmo que na sala de aula o aluno receba o atendimento. O encarte será anexado às orientações do Censo Escolar 2006. A Seesp também vai sugerir a mudança de terminologias e da forma de colocar algumas perguntas que, segundo Cláudia Dutra, não estão sendo interpretadas adequadamente pelos responsáveis pela informação do censo nas escolas.
Professores – A formação continuada de professores da educação especial, que vem sendo feita desde 2003, também não foi corretamente informada pelos sistemas de educação no censo de 2005, explicou Cláudia Dutra. Em 2004, disse, a Seesp apoiou a formação em serviço de 23 mil professores; outros 300 professores fizeram formação de 120 horas em Libras (Língua Brasileira de Sinais); 380 fizeram o Proinesp (Programa de Informática na Educação Especial), mas estes números não aparecem no Censo Escolar. Os dirigentes da educação do Paraná e de Santa Catarina informaram que 15 mil e 30 mil professores, respectivamente, receberam formação, dado que também não está refletido no censo de 2005.
Para Cláudia Dutra, é importante que as escolas preencham corretamente os dados da educação especial, porque são essas informações que vão determinar as políticas públicas de apoio aos estados e municípios, entre elas, a produção de materiais didáticos, a distribuição de equipamentos, a formação de professores e a distribuição dos recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério (Fundef).
Repórter: Ionice Lorenzoni