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Educação escolar indígena

Lideranças discutem realidade do ensino no parque do Xingu

  • Quarta-feira, 10 de junho de 2009, 12h01
  • Última atualização em Quarta-feira, 06 de dezembro de 2017, 14h57

Feliz Natal (MT) — Conciliar o conhecimento moderno e o tradicional é um dos maiores desafios na educação dos povos do parque indígena do Xingu, em Mato Grosso. A questão foi abordada por lideranças políticas, professores, pais e alunos na Conferência Regional de Educação Escolar Indígena, que vai até quinta-feira, 11, na comunidade moigu, do povo icpengue, no médio Xingu.


A realidade das escolas foi outro tema discutido. Na Escola Indígena Estadual Central Kamadu, do povo iudjá, no baixo Xingu, os alunos estudam apenas até o quarto ano. Os jovens, portanto, precisam deixar a aldeia para continuar o aprendizado. “Alguns como eu estudam na cidade, mas ficam sem acompanhamento das famílias e passam muitas dificuldades”, disse o estudante Maiawako Juruna.


Para o diretor da Escola Indígena Estadual Central Ikpeng, no médio Xingu, Pomekenpo Kleimer, a dificuldade é de atendimento mais próximo e sistemático às comunidades. “Não há combustível para ir até as comunidades e fazemos as reuniões pelo rádio”, contou. A escola atende 420 alunos na sede e em cinco salas anexas. As aulas combinam os ensinamentos curriculares aos tradicionais. Já foram produzidas quatro cartilhas e um livro de alfabetização. “Ensinamos a nossa cultura com a participação dos velhos sabedores. Temos quatro reuniões ao ano com toda a comunidade para discutir e avaliar o trabalho”, disse Kleimer. “Os pais também ajudam no trabalho de campo.”


O fortalecimento da cultura é uma das preocupações expostas no encontro. “A conferência é importante porque podemos ouvir a preocupação dos caciques com a cultura. Como a escola pode trabalhar isso?”, indagou Karin Yudja, também diretor de escola no baixo Xingu. Ele sugere como proposta para o documento final um item que contemple o papel da escola na manutenção da cultura e no incentivo às práticas culturais.


Em Mato Grosso funcionam cerca de 200 escolas indígenas — 60 delas, estaduais. No Xingu, são sete estaduais e nove municipais.

Assessoria de Imprensa da Coneei

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