Professor indígena terá curso de formação em Minas
O Ministério da Educação investirá R$ 500 mil no Curso de Formação Intercultural de Professores indígenas, que será ministrado a partir do próximo ano na Faculdade de Educação (FaE) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Será uma licenciatura especial, para atender educadores que já atuam em suas comunidades.
O curso, com duração de cinco anos, oferecerá 150 vagas, restritas aos professores de escolas indígenas de Minas. O projeto pedagógico abrange módulos presenciais e a distância, com atividades intensivas na FaE em janeiro, fevereiro e julho. No restante do ano, os alunos serão supervisionados, em campo, pelos professores. “A proposta curricular é ampla. Planejamos oficinas, laboratórios interculturais e projetos sociais”, disse a professora Lúcia Helena Álvares Leite, uma das coordenadoras do projeto.
Para Ângela Dalben, diretora da FaE, o grande foco do curso de licenciatura é a contribuição para a construção da cidadania sem perder de vista as diferenças culturais. “Apostamos numa escolarização de qualidade, que respeite as identidades e as diversidades das culturas”, afirmou. Durante a formação, o professor poderá escolher entre as três habilitações oferecidas — línguas, literatura e arte, ciências da natureza e matemática e ciências sociais e humanidades.
Demanda — Ângela explicou, também, que o curso tem caráter de continuidade e atende a demanda dos próprios profissionais que já passaram por cursos de formação no nível médio. “A idéia é consolidar o compromisso com os povos indígenas”, disse.
O processo seletivo para o curso está previsto ainda para este ano. De acordo com Lúcia Helena, a seleção não será um teste de conhecimentos, mas um processo que leve em conta critérios elaborados em discussões com as comunidades indígenas. (Sonia Jacinto, com informações da Assessoria de Imprensa da UFMG)