Ensino médio chega a comunidade indígena no Amazonas
A Escola Utapinopona Tuyuka, na região do Alto Rio Tiquié, no Amazonas, iniciou as aulas da primeira turma de ensino médio. A escola tem como objetivo fortalecer a atuação dos jovens em suas comunidades por meio de uma formação que valorize a cultura tradicional, o aprendizado pela pesquisa e o preparo para o trabalho dentro da própria terra indígena, principalmente manejo florestal e artesanato.
“É uma das melhores experiências em curso no Brasil, uma referência obrigatória na construção de currículos, revitalização da língua materna indígena e produção de materiais para uso nas salas de aula”, disse Kleber Gesteira, coordenador de educação escolar indígena do Ministério da Educação. Segundo Gesteira, a comunidade tuiúca foi beneficiada com o programa de Formação de Professores do MEC. Todo o material didático produzido pelos professores foi financiado pelo ministério.
Depois da formatura de 20 estudantes de ensino fundamental, em maio último, a escola abriu a primeira turma de ensino médio. A principal motivação para o início das atividades é completar a formação dos jovens tuiúcas dentro da proposta de ensino-pesquisa e valorização cultural nas comunidades do Alto Tiquié. O início dessa etapa também faz parte do projeto do povo tuiúca de formar seus jovens para que eles possam permanecer nas comunidades e, nelas, desenvolver as atividades.
A nova turma é composta por 23 jovens de seis comunidades tuiúcas — quatro no Brasil e duas na Colômbia, além de um jovem baré, de aldeia localizada no país vizinho. A maioria dos alunos da nova turma foi formada na própria Escola Tuyuka, mas há estudantes que concluíram o ensino fundamental no colégio de Pari-Cachoeira, comunidade próxima, na mesma terra indígena do Alto Rio Negro.
O processo de reconhecimento do ensino médio na Escola Tuyuka por parte da Secretaria de Educação do Amazonas está em andamento, com o apoio da Secretaria Municipal de Educação Diferenciada de São Gabriel da Cachoeira, Amazonas.
Repórter: Sonia Jacinto, com informações da Assessoria de Imprensa do Instituto Socioambiental