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Educação indígena

Especialistas discutem formato de curso para professor indígena em Curitiba

  • Quarta-feira, 29 de março de 2006, 10h01
  • Última atualização em Quinta-feira, 17 de maio de 2007, 11h24

DivulgaçãoComeça nesta quarta-feira, dia 29, em Curitiba, reunião destinada a planejar as etapas e detalhes do curso de formação de professores indígenas do ensino médio, na fase presencial. Estarão presentes representes do Ministério da Educação, de cinco secretarias estaduais e de professores dos povos guaranis e técnicos da Fundação Nacional do Índio (Funai). O encontro será encerrado na quinta-feira, 30. Participarão do curso 75 índios guaranis-embiás que vivem na faixa litorânea entre o Rio Grande do Sul e o Espírito Santo.

Organizada pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC), a reunião se propõe a promover a articulação entre os diversos sistemas de ensino para que os indígenas tenham políticas de educação escolar específicas e coerentes com suas necessidades. “O principal é promover a formação de professores de um mesmo povo com a mesma organização curricular, independentemente da territorialidade administrativa brasileira, mas coerente com a territorialidade indígena”, explicou Kleber Gesteira, coordenador de educação escolar indígena da Secad. “Isso significa que os professores guaranis e o povo guarani do Rio Grande do Sul têm uma formação harmônica com a dos guaranis do Paraná.”

Segundo Gesteira, o esforço da Secad na articulação do programa é compatibilizar os procedimentos administrativos e político-pedagógicos de cinco secretarias estaduais de educação — Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Um trabalho que compreende o preparo, por etapas, de um curso de formação de professores indígenas de ensino médio em cinco estados. “Isso ocorre em duas etapas de ensino presencial de 35 dias”, destacou o coordenador.

Alternância — A primeira etapa, este ano, tem início previsto para o dia 25 de abril, com encerramento em 21 de maio. A segunda ocorrerá no segundo semestre. A formação do professor indígena é feita em regime de alternância. Para não ser desvinculado da atividade cultural e social da aldeia, ele recebe a formação em serviço e em etapas de ensino intensivo.

“Essas etapas são permeadas por trabalhos nas aldeias com reflexão da prática pedagógica e desenvolvimento de pesquisas autônomas individuais, monitoradas pelos formadores nas aldeias”, disse Gesteira. A metodologia da alternância se repete ao longo de cinco anos, período no qual ocorre a formação do professor.

Há no país aproximadamente 414 mil índios, distribuídos em 220 grupos, que falam cerca de 180 diferentes línguas e representam 0,24% da população brasileira. De acordo com o Censo Escolar, cerca de sete mil professores trabalham nas 2.079 escolas indígenas do país, dos quais 85% de origem indígena. Eles atendem 147 mil estudantes, a maioria no ensino fundamental. Dessas escolas, 24 oferecem também o ensino médio.

Os índios lecionam desde a década de 70, mas somente após a promulgação da Constituição de 1988 e da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 — Lei de Diretrizes e Bases (LDB) —, passaram a ser reconhecidos legalmente em suas diferenças e especificidades. O Referencial Curricular Nacional para as Escolas Indígenas, lançado em 1998, pelo MEC, reafirmou o direito ao ensino bilíngüe e a um currículo que privilegie os conhecimentos, os costumes, a história e as necessidades de cada comunidade indígena.

Repórter: Sonia Jacinto

Assunto(s): mec , notícias , jonalismo , matérias
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