Missão em Boa Vista debate educação indígena
A educação escolar indígena de Roraima vai dispor de um conselho estadual, que tornará possível o estreitamento do diálogo entre o governo e as comunidades da região. O assunto é discutido em Boa Vista desde quarta-feira, dia 7, em uma série de reuniões destinadas a aprimorar o regime de colaboração entre o Ministério da Educação e a Secretaria de Educação, Cultura e Esportes de Roraima.
“A partir da implementação do conselho estadual de educação escolar indígena de Roraima, todas as decisões e projetos para a região serão discutidos nele, sempre em diálogo com a população indígena”, explicou Kleber Gesteira, coordenador de educação escolar indígena da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC).
Com base nas discussões do encontro, que se encerra nesta sexta-feira, 9, será elaborado o Plano de Desenvolvimento da Educação Escolar Indígena em Roraima. O documento será redigido com base em informações sobre a política nacional de educação escolar indígena e nos recursos destinados ao financiamento da educação pública brasileira. O plano tem como foco atender necessidades regionais da educação indigenista na Região Norte.
Roraima é o estado que tem a terceira maior população indígena do País, com cerca de 40 mil índios, e conta com mais de 200 escolas específicas. “Conseguimos firmar vários compromissos com outros estados e aqui vamos resumir o trabalho com uma carta de compromisso, que relatará os problemas da região e definirá o que vamos cumprir nos próximos meses”, disse Gesteira.
O Brasil conta, hoje, com 2.422 escolas indígenas. Isso significa que, de cada cem escolas públicas, uma é indígena. Gesteira ressalta que a demanda é crescente. “Só mesmo somando competências, esforços e recursos poderemos enfrentar adequadamente esse desafio”, disse.
Além de representantes do Ministério da Educação, participam da reunião em Boa Vista membros de organizações indígenas locais, dirigentes e técnicos da Secretaria Educação de Roraima e da Universidade Federal de Roraima (UFRR).
Letícia Tancredi