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Educação indígena

Exposição no Museu do Índio mostra relação de povos indígenas com a escrita

  • Quarta-feira, 06 de junho de 2007, 06h25
  • Última atualização em Quinta-feira, 21 de junho de 2007, 05h26

Tem início nesta quarta-feira, 6, no Rio de Janeiro (RJ), a exposição Tempos de Escrita, no Museu do Índio, entidade ligada à Fundação Nacional do Índio (Funai). São 20 painéis fotográficos que ocupam o muro do museu e revelam a nova relação de 11 povos indígenas com a escrita.

O contato dos povos indígenas com a linguagem escrita ocorre desde a colonização, mas destinava-se apenas à dominação pela catequese e civilização dos nativos, afirma o curador da exposição, Luís Donizete Grupioni. “Agora estamos em um novo tempo, onde os povos têm mais acesso à escola, com propostas de valorização cultural e resgate das línguas originais”, explica.

Todas as instituições participantes do Programa de Formação Superior e Licenciaturas Indígenas (Prolind) foram convidadas pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC) a enviar registros fotográficos de suas experiências para a mostra. O Prolind é uma iniciativa do Ministério da Educação, que repassa recursos financeiros a instituições de ensino superior para a oferta de cursos de magistério e educação superior específicos para professores indígenas.

Hoje são faladas mais de 180 línguas indígenas no Brasil e a maioria delas sem tradição escrita. A política para a educação indígena desenvolvida pelo MEC, seguindo princípios da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), visa ao resgate das culturas indígenas, incentivando o registro na forma escrita das tradições a fim de preservá-las.

Com essa finalidade, foi criada a Comissão Nacional de Apoio à Produção de Material Didático Indígena (Capema), linha de apoio à produção de materiais didáticos produzidos por professores indígenas em trabalhos de fim de curso. “São feitas pesquisas muitas vezes de cunho antropológico, com o auxílio da comunidade, principalmente dos idosos, resgatam vocábulos, revivem tradições e adequam à forma escrita línguas de tradição originalmente oral”, explica o coordenador de Educação Escolar Indígena da Secad, Kleber Gesteira.

Mais de 60 títulos, frutos dessas pesquisas, já foram publicados em menos de dois anos, levando às aldeias livros que refletem a visão de mundo de cada povo indígena. De acordo com Grupioni, parte das obras será objeto de nova exposição. Para Kleber Gesteira, refazer a teia dos conhecimentos dessas culturas, fragmentadas ao longo do processo de colonização, e registrá-la no suporte escrito é tarefa quase inescapável dos professores indígenas.

Juliana Meneses

Assunto(s): mec , notícias , jonalismo , matérias
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