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Educação profissional

Agroecologia no Pará oferece novas opções para indígenas

  • Quinta-feira, 22 de setembro de 2011, 17h16
  • Última atualização em Quinta-feira, 22 de setembro de 2011, 17h16
Trinta e nove jovens pertencentes a seis povos indígenas do sul do Pará aprenderam a confeccionar um calendário agrocultural, que indica os respectivos tempos de caçada, de colheita e de festividades nativas. Em breve, saberão como montar um banco de sementes, a ser instalado na escola e na aldeia, e a realizar um plano de gestão dos recursos naturais dos territórios indígenas.

Esses são os primeiros resultados do curso de agroecologia dos povos indígenas do sudeste paraense, oferecido desde agosto deste ano pelo campus rural de Marabá do Instituto Federal do Pará. A experiência está sendo relatada em um dos 1.600 trabalhos aferidos pela comissão avaliadora do 7º Congresso Brasileiro de Agroecologia, que se realizará de 12 a 16 de dezembro, em Fortaleza.

A agroecologia está se firmando como uma estratégia para o desenvolvimento rural com sustentabilidade. A meta é promover a transição de modelos de desenvolvimento rural convencional para estilos mais sustentáveis. No congresso, estudantes, professores, pesquisadores, cientistas e representantes de organizações não-governamentais estarão reunidos para debater temas como saúde e justiça ambiental, soberania e segurança alimentar e nutricional e economia solidária.

Serão também organizados debates sobre os desafios colocados pelo avanço do uso de agrotóxicos e de transgênicos. O congresso é uma iniciativa da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA). Para o evento, foram convidados para participar representantes dos 28 núcleos de agroecologia da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica.

Os núcleos de agroecologia do campus rural de Marabá e do campus Castanhal do Instituto Federal do Pará já encaminharam trabalhos de pesquisa realizados por seus alunos sobre o tema, para que sejam avaliados pela comissão. O mesmo fez o campus Rio Pomba do Instituto Federal do Sudeste de Minas, que tem um curso de bacharelado nessa área. Delegações de alunos e de professores dessas instituições participarão do congresso em dezembro.

Curso – O curso para os povos indígenas do sudeste do Pará foi implantado em 2009. As aulas se iniciaram em agosto. Após processo seletivo, foram selecionados 39 jovens dos povos surui, amanaié, assurini, aticum, guajajara, pacatejê, dos quais 35 alunos participaram de um período escolar inicial, com o objetivo de ser bem acolhidos. Esse curso foi de 10 a 20 de agosto e, nesse primeiro momento, segundo o professor Marcos Antônio Leite da Silva, foi marcante a integração entre as diversas culturas.

O curso é dividido em ciclos. Como produtos desse primeiro ciclo foram construídos um livro individual sobre a história de vida, o calendário cultural por aldeia, mapas das aldeias e textos sobre práticas culturais das diferentes aldeias. No segundo ciclo, serão enfatizados os conhecimentos técnicos agroecológicos. Os produtos desse ciclo serão: a criação de um banco de sementes, o plano de gestão dos recursos naturais dos territórios indígenas e um relatório de intervenção e técnica.

No terceiro ciclo serão discutidas as políticas públicas e as perspectivas de etnodesenvolvimento e suas relações com os projetos societários dos povos indígenas da região. O curso tem duração de três anos. “Além de dar formação técnica a jovens indígenas, queremos formar lideranças que possam discutir a sustentabilidade de seus povos” diz Ribamar Ribeiro Júnior, coordenador do curso.

Assessoria de Imprensa da Setec




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