Tecnologia de ponta vai atender escolas públicas rurais
A implantação de um projeto-piloto de redes de fibra ótica pela empresa americana Wave7 Optics em 48 municípios do sul de Santa Catarina vai atender também, e gratuitamente, as escolas da rede pública desses municípios. O anúncio foi feito hoje, 17, pelo presidente da empresa, Thomas Tighe, em audiência com o ministro da Educação, Tarso Genro. A Wave7 Optics tem sede na Geórgia, Estados Unidos, e no Brasil atua em parceria com a empresa Dquest.
A novidade desta tecnologia é que ela engloba numa única mídia televisão, telefone e internet rápida, oferecendo às comunidades e escolas rurais instrumentos de comunicação de ponta. A experiência no Brasil será desenvolvida por um consórcio de 19 cooperativas de eletrificação rural em 48 municípios da região sul de Santa Catarina, para atender cerca de um milhão de pessoas. Os principais beneficiários serão os moradores da zona rural que não dispõem de acesso à telefonia fixa e aos canais de televisão aberta. Esses usuários vão receber os aparelhos gratuitamente, mas terão que pagar R$ 70,00 por mês para usar os serviços. As cerca de 1.500 escolas públicas e privadas da educação básica da região também terão acesso à tecnologia. As escolas públicas receberão os equipamentos e os serviços gratuitos, mas as particulares que desejarem usufruir da rede vão pagar uma taxa de uso ainda não definida.
Para o ministro Tarso Genro, cabe ao MEC acompanhar o desenvolvimento da experiência para avaliar sua amplitude e as possibilidades de aplicação na melhoria do ensino. Entre as possibilidades, ele destaca a massificação da educação a distância como instrumento de formação, qualificação e requalificação de jovens, adultos e educadores. O ministro adiantou que na Lei Orgânica da Educação Superior, que ainda está em debate, vai constar um capítulo sobre a educação a distância, que tratará da oferta à certificação.
Participantes - A implantação do projeto-piloto envolve o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que vai financiar a instalação da rede pelo consórcio de cooperativas; o Ministério de Ciência e Tecnologia, responsável pela instalação de um laboratório de pesquisas na área de semicondutores; o Ministério do Planejamento, que montará uma fábrica para produzir equipamentos que vão permitir a expansão da rede para todo o país após a execução do piloto em Santa Catarina; e a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul vai instalar, em Porto Alegre, uma unidade de pesquisa e produção.
Ionice Lorenzoni