Matrículas em cursos profissionalizantes crescem na Bahia
A Bahia foi um dos estados da Região Nordeste que teve aumento mais expressivo na procura por cursos profissionalizantes. De acordo com dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC), de 2003 até o ano passado, o número de alunos aumentou de 9.587 para 14.776. Somente entre 2004 e 2005, o índice de crescimento foi de 26%. Mas o estado não é um caso isolado. Em todo o país os ingressos nessa modalidade de ensino pularam de 589.3383 para 747.892, no período analisado.
O Centro Federal de Educação Tecnológica da Bahia (Cefet/BA) tem hoje 100,5 mil alunos. Segundo o coordenador de Planejamento da instituição, Renato Anunciação Filho, a intenção é dobrar este número nos próximos quatro anos. Em 2005, o Cefet ofereceu nove turmas no processo seletivo. No próximo ano, a oferta deve subir para 16.
Duas novas unidades entram em funcionamento a partir do mês que vem, com 320 vagas cada, que serão ampliadas para 680 no próximo ano. Uma delas, em Santo Amaro, na região do Recôncavo Baiano, ofertará cursos de tecnologia da informação e eletromecânica. Atuarão na nova escola 20 docentes e 16 técnicos admitidos em concurso público neste ano. Se for possível contratar mais professores, serão abertas turmas de técnicos em meio ambiente e também de meio ambiente, segurança e saúde, em 2007.
O perfil dos novos cursos foi traçado a partir de uma audiência pública com a prefeitura local e das cidades vizinhas, empresas da área de celulose e alimentos atuantes na região, entre outras, e a sociedade.
A outra unidade que começa a funcionar no segundo semestre fica em Simões Filho e terá turmas para técnicos em petróleo e gás e em eletromecânica. A perspectiva é abrir mais vagas nas mesmas modalidades e cursos de qualificação, que são de curta duração e atendem a demanda por profissionais como eletricistas, mecânicos e soldadores.
Para estruturar a oferta de ensino de acordo com a realidade do mercado de trabalho local, a instituição reuniu-se com a prefeitura da cidade, empresas do pólo petroquímico de Camaçari, do centro industrial de Aratu e com a sociedade.
A principal meta é atender 100 alunos por mês nos cursos de qualificação, chegando a 700 em dezembro do ano que vem. O objetivo é que todas as unidades antigas situadas em Barreiras, Vitória da Conquista, Eunapólis, Valença e a sede, em Salvador, cresçam em média 20 a 30% por ano. Cada uma delas deve ganhar pelo menos dois cursos tecnológicos, de nível superior, tornando-os acessíveis à população do interior. Até hoje, existem seis em funcionamento.
“A ampliação do Cefet promove a formação e fixação de mão-de-obra e facilita a instalação de empresas, que muitas vezes deixam as cidades por falta de trabalhadores qualificados, melhora a renda e a qualidade de vida da região, além de elevar a qualidade de ensino”, conclui Renato Anunciação Filho.
Repórter: Juliana Meneses