Mostra apresenta projetos de educação profissional
Educação inclusiva, direitos humanos, tecnologia, inserção no mercado de trabalho, educação ambiental, ações afirmativas e ensino técnico de nível médio estão entre os temas a serem apresentados na 1ª Conferência Nacional de Educação Profissional e Tecnológica. O encontro começa no domingo, dia 5, e se estenderá até o dia 8, em Brasília.
Um dos dos 73 projetos desenvolvidos por instituições públicas e privadas é o do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) do Rio Grande do Norte, que oferece aulas de reforço a distância a candidatos ao ingresso. Denominado Programa de Iniciação Tecnológica e Cidadania (Procefet), funciona há mais de dez anos e atende todos os alunos do ensino fundamental de Natal. São mais de quatro mil inscritos no programa.
Segundo a professora Ana Lúcia Sarmento Henrique, as aulas de reforço são ministradas por meio de fascículos que abordam questões de português, matemática e cidadania. “São cinco fascículos, vendidos com os jornais da cidade, o que nos permite atender todo o tipo de estudante que pretenda entrar no Cefet”, explicou. Os materiais são divididos nas cinco áreas do conhecimento oferecidas pela instituição — serviços, turismo, indústria, informática e recursos naturais. O reforço escolar é feito a partir de temas ministrados no ensino fundamental. “Na matemática, por exemplo, ligamos as lições ao cotidiano dos alunos para tornar a disciplina mais atrativa”, disse Ana Lúcia.
Agricultura familiar — Outro projeto é desenvolvido pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). A iniciativa atende estudantes moradores de assentamentos que sobrevivem da agricultura familiar. São oferecidos cursos de nível técnico e tecnológicos em seis escolas do Paraná. Os alunos aprendem técnicas para melhorar a produção de alimentos e têm aulas práticas de meteorologia e de agricultura aplicada em florestas.
De acordo com o coordenador do núcleo de agroecologia da UFPR, Otaviano Bezerra Sampaio, os cursos têm uma peculiaridade para integrar a aprendizagem à realidade dos estudantes. “Os alunos passam dois meses na escola e dois na comunidade para aplicar o conteúdo aprendido. Esse processo dura dois anos para cursos técnicos e três para os tecnológicos”, disse.
Desde a criação, em 2003, o projeto já formou 125 técnicos. Hoje, são atendidos 401 alunos. Financiado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), é resultado de parceria entre a UFPR, organizações não-governamentais e movimentos sociais.
Flavia Nery