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Educação profissional e tecnológica

Pesquisas conectam estudantes ao mundo do trabalho

  • Sexta-feira, 24 de novembro de 2006, 13h54
  • Última atualização em Segunda-feira, 14 de maio de 2007, 11h35

Utilizar homeopatia para eliminar carrapatos de bovinos e aumentar a produtividade da cultura do milho com diferentes doses de potássio. Estes foram dois dos quase 180 pôsteres apresentados por estudantes de cursos de educação profissional e tecnológica na 5ª Jornada Científica da Escola Agrotécnica Federal de Cáceres (EAF/Cáceres), no Mato Grosso. O evento, que termina nesta sexta-feira, 24, teve a participação de 900 pessoas e foi realizado em conjunto com o governo do Mato Grosso.

Segundo a diretora do Departamento de Desenvolvimento Educacional da EAF/Cáceres, professora Marcilene Cristina Gomes Maluf, a instituição vê na iniciação científica aporte para a construção e produção do conhecimento. Diversos bolsistas financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat), este ano, mostraram seus projetos tanto em Brasília quanto em Cáceres, também sede das jornadas estadual e do Centro-Oeste. “Foram 21 no evento nacional e 45 no regional”, diz.

No total, 900 participantes foram reunidos no evento, distribuídos em seis mesas-redondas, 179 pôsteres, 23 comunicações orais e 20 oficinas sobre todas as áreas da educação profissional e tecnológica, de agropecuária a transportes, de artes a telecomunicações. “É uma oportunidade para se divulgar a produção científica das instituições e trocar experiências, pois os estudantes têm a possibilidade de conhecer a produção científica não só de seu estado, mas da região”, acredita Marcilene.

Os alunos Francielly e Roni confirmam as crenças da diretora. Ambos têm 19 anos e apresentaram suas pesquisas aos participantes das jornadas. Francielly Karoline Aires Carlini, aluna do curso de tecnologia em zootecnia no Centro Federal de Educação Tecnológica de Cuiabá (Cefet/Cuiabá), explica, na apresentação de seu pôster, que o experimento envolve o tratamento de carrapatos de bovino com produtos fitoterápicos e homeopáticos. O trabalho, iniciado em maio de 2005, tem parceria de dois professores e cinco alunos.

Homeopatia para carrapatos — A proposta do estudo é eliminar os produtos químicos da produção animal. Para descobrir a formulação ideal, estudantes e professores fazem experimentos com seis tipos de tratamento: um envolve só água e serve como parâmetro de desempenho, outro utiliza soro de leite e cinza de caldeira fermentada e um terceiro, extrato de fumo em corda, capim cidreira, eucalipto, nim e soro fresco de leite. A composição do produto utilizado no quarto tratamento leva soro de leite, cinza de caldeira e fatores homeopáticos C e NC. A fórmula do quinto tratamento tem extrato de fumo, capim cidreira, eucalipto, nim, soro fresco e fatores C e NC e a do sexto, um produto químico à base de citermetrina a 25%.

Ainda não há resultados. “A experiência está em andamento”, esclarece Francielly. O benefício será mostrar que há possibilidade de criar animais sem produtos químicos e sem contaminação do meio ambiente. Roni Fernandes Guareschi, aluno do curso de tecnologia em Produção de Grãos do Cefet/Rio Verde (GO), levou para a jornada, além do estudo sobre a relação entre a dosagem de potássio e produtividade do milho, uma receita de biodiesel em pequena escala. Sua proposta foi mostrar os processos práticos de produção de biodiesel acessível a qualquer pequeno produtor. Para isso, cinco alunos, orientados por um professor da escola, criaram um método de produção.

Quem o procurasse na jornada poderia pegar a 'receita': coloque 100 litros de óleo vegetal (de soja ou girassol) em um recipiente; acrescente 15 litros de álcool etílico e 1,5 litro de soda cáustica; misture o composto por duas horas e deixe decantar por dois dias. Após esse período, o biodiesel ficará na parte superior do recipiente, sobre a glicerina, que deve ser descartada ou utilizada para fabricar sabonetes e sabões. O biodiesel, que pode ser utilizado na propulsão de tratores, por exemplo, custa entre 10% a 15% mais barato que o óleo mineral.

Elevar a produtividade do milho a partir da aplicação de diferentes doses de potássio no sulco de plantio foi a proposta de outra pesquisa do grupo de Roni. “Com o estudo, você economiza fertilizante, porque utiliza a dose ideal do potássio para atingir a maior produtividade do milho”, diz. O projeto auxilia Roni a resolver os problemas do agricultor e o deixa mais perto da realidade do mundo do profissional de sua área.

Rodrigo Farhat

Assunto(s): mec , notícias , jonalismo , matérias
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