Oficina debate ensino de física em Brasília
A formação de professores, interdisciplinaridade e educação a distância são as linhas que permeiam a oficina Reflexões: Ensino de Física, promovida pelo Ministério da Educação, por meio das secretarias de Educação a Distância (Seed/MEC) e Educação Básica (SEB/MEC), em parceria com a Sociedade Brasileira de Física (SBF). O evento será realizado nesta quinta e sexta-feira, 11 e 12, no auditório do Centro Internacional de Física da Matéria Condensada, na Universidade de Brasília (UnB), e tem por objetivo criar ações conjuntas que contribuam para impulsionar a qualidade do ensino de física no país.
Na abertura da oficina, o secretário de Educação a Distância do MEC, Ronaldo Mota, lembrou que no Brasil existem 50 mil professores em efetivo exercício no ensino médio que não têm sequer a formação mínima exigida por lei. “O mais grave, é que 70% deste contingente estão concentrados na área de ciências – física, química, biologia e matemática. Isto se torna mais preocupante, quando descobrimos que, por ano, o número de formandos é de sete mil, o que é muito pouco. Nós estamos com um passivo enorme e não temos nenhum fluxo capaz de atender a uma demanda, seja numérica ou em qualidade”, acrescentou. Para o secretário, a questão é paradoxal porque, particularmente na área de física, o Brasil possui uma comunidade científica da maior competência.
A diretora do Ensino Médio da SEB, Lúcia Lodi, representou o secretário Francisco das Chagas Fernandes e participou da mesa-redonda que debateu o tema Formação de Professores, ao lado de Deise Miranda Vianna e Susana de Souza Barros, ambas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Oto Neri Borges, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); e Celso Melo, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Lúcia Lodi disse que a questão do financiamento do ensino médio é crucial. Segundo ela, 84% dos recursos alocados pela União para o ensino médio, em 2004, foram oriundos de empréstimo junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). “A meta definida pelo Plano Nacional de Educação 2005, em relação ao ensino médio, para assegurar matrícula a todos os concluintes do ensino fundamental, não será alcançada, se persistir o padrão atual”, destacou.
Amanhã, os debates sobre interdisciplinaridade e educação a distância terão a participação dos professores Antônio Carlos Pavão (UFPE); Ernst Wolfgang Hamburger (USP); Ildeu de Castro Moreira (MCT); Nelson Studart (UFCar); Beatriz Alvarenga (UFMG); Leandro Tessler (Unicamp); Luiz Carlos Menezes (USP); Luiz Davidovich (ABC); Gil da Costa Marques (USP); Ciclamo Leite Barreto (UFRN); José André Peres Angotti (UFSC); Silvio Luiz Souza Cunha (UFRGS); e Carlos Eduardo Bielschowsky (Cederj/UFRJ).
Repórter: Sonia Jacinto