UAB vai expandir oferta do ensino a distância
A procura por cursos de graduação e pós-graduação a distância cresceu nos últimos anos. Segundo dados do Ministério da Educação e do Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância, havia 1.758 alunos em 13 cursos em 2000. Em 2004, eram 159.366 em 382 cursos.
Com o objetivo de atender à demanda por essa modalidade de ensino e ampliar o acesso à educação superior, o MEC criou o programa Universidade Aberta do Brasil (UAB). A intenção é atingir a meta do Plano Nacional de Educação (PNE), de atender 30% da população entre 18 e 24 anos. “Só 30% dos municípios oferecem educação superior presencial. Com a UAB, será possível expandir a oferta a uma população maior e atingir lugares distantes”, afirma Hélio Chaves Filho, diretor de políticas para a educação a distância do MEC.
Serão firmadas parcerias entre instituições de ensino superior e empresas estatais para gerir os cursos, que devem combinar as necessidades econômicas de cada região com as possibilidades oferecidas pelas escolas. As atividades reunirão técnicas da educação a distância com tecnologias de informação e comunicação — televisão, computador, apostilas.
Em dezembro do ano passado, o MEC abriu edital para receber propostas de pólos de atendimento da UAB nos estados e municípios. Até abril próximo, serão selecionadas as melhores. Depois, haverá um período de capacitação dos tutores para ofertar os primeiros cursos em março de 2007. O custo por aluno deve ser de R$ 1,5 mil, a ser dividido entre as estatais e o MEC. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o Banco do Brasil já se comprometeram com o programa.
Projeto — O Banco do Brasil está organizando um curso-piloto para formar professores e funcionários no Distrito Federal, Pará, Santa Catarina, Mato Grosso, Maranhão, Rio Grande do Sul e Ceará. Ainda este ano, o Programa de Apoio à Pesquisa em Educação a Distância (Paped) vai lançar edital para selecionar 400 pesquisadores em novas tecnologias. Eles atuarão como consultores eventuais na implantação da UAB nos estados e municípios e receberão bolsa de R$ 1 mil por um ano.
Em 2001, com a regulamentação do ensino de pós-graduação a distância, instituições de renome passaram a oferecer cursos de especialização semipresenciais. De acordo com o Guia do Estudante — Melhores Universidades 2006, três das 16 melhores faculdades de administração do país oferecem especialização a distância. Entre as vantagens dos cursos não-presenciais, estão a possibilidade de o aluno estudar em uma boa instituição sem alterar bruscamente a sua rotina ao mesmo tempo em que poupa gastos como moradia, alimentação e traslado.
Raquel Maranhão Sá