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Educação a distância

UnB completa três anos com o sistema de cotas

  • Terça-feira, 06 de junho de 2006, 13h36
  • Última atualização em Sexta-feira, 18 de maio de 2007, 10h29

Foto: Júlio César PaesHá três anos, no dia 6 de junho de 2003, o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da Universidade de Brasília (UnB) adotava o sistema de cotas para negros em seus processos seletivos. Desde então, 1.120 alunos ingressaram na instituição por esse sistema, avaliados em exames vestibulares. A UnB foi a primeira instituição federal a adotar as cotas, mas a pioneira no país foi uma estadual, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), também em 2003.

Várias outras seguiram o exemplo, como as universidades federais do Tocantins (UFT), que também reserva vagas para índios; da Bahia (UFBA), de Alagoas (Ufal), de São Paulo (Unifesp), do Paraná (UFPR) e do ABC (UFABC), além das estaduais do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, da Bahia (Uneb), de Mato Grosso do Sul (UEMS) e de Montes Claros (Unimontes).

Tema polêmico, a adoção de cotas não era consenso na UnB, à época. Tanto que motivou uma pesquisa do sociólogo Ernandes Belchior para o trabalho de mestrado Não Deixando a Cor Passar em Branco: o Processo de Implementação de Cotas para Estudantes Negros na UnB. Belchior, 31 anos, brasiliense, verificou que professores e pós-graduandos, apesar de reconhecerem a necessidade de medidas afirmativas de acesso ao ensino superior, eram, em sua maioria, contrários às cotas. Contudo, a adoção teve 24 votos a favor, um contra e uma abstenção.

O sociólogo fez uma radiografia das discussões durante o mestrado, no Departamento de Sociologia, durante dois anos. A tese foi defendida em março de 2006. O debate e o ambiente democrático, segundo Belchior, contribuíram para a mudança de posição dos opositores da idéia. “Os que eram contrários à proposta acabaram apoiando-a diante dos argumentos e estudos apresentados”, constatou.

Inserção — A próxima meta de Belchior é preparar uma dissertação de doutorado para verificar como os cotistas estão inseridos na UnB. Ele entende que o tema é amplo e começa a ser abordado em outros trabalhos de mestrado e doutorado.

Pelas previsões da Secretaria de Educação Superior (SESu/MEC), o número de cotistas negros nas instituições federais e estaduais do país chegará a 25 mil este ano. No fim do primeiro semestre de 2005, o total era de 10.635 estudantes em 12 universidades. Hoje, 24 universidades públicas adotam o sistema.

Repórter: Susan Faria

Assunto(s): mec , notícias , jonalismo , matérias
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