Escola Aberta faz seminário no ES
Cerca de 1.200 profissionais envolvidos no programa Escola Aberta (EA) — diretores e coordenadores escolares, supervisores, oficineiros, representantes do MEC e da Unesco e técnicos de secretarias de educação — além de 1.050 inscritos, participarão do 1º Seminário da Região Metropolitana de Vitória. O seminário ocorrerá nos dias 3 e 4 de março, na Universidade Federal do Espírito Santo, em Vitória.
O encontro discutirá orientações de planejamento do EA para 2007 e também contará com oficinas de formação e eventos culturais. “A Grande Vitória é a segunda região mais violenta do País. O programa conseguiu atrair grande parte da comunidade que vive em locais de risco e violência, e causou impacto positivo na qualidade de vida dessas pessoas”, afirmou a coordenadora nacional do EA da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC), Natália Duarte.
Ao permitir a abertura de escolas públicas de ensino fundamental e médio em áreas urbanas onde a violência e situações de risco social são preocupantes, o programa Escola Aberta busca atrair a comunidade para o ambiente escolar, nos finais de semana, com o objetivo de promover uma cultura de paz. Na escola, os talentos da comunidade recebem formação e viram oficineiros. Depois da qualificação, oferecem aos alunos aulas de arte, esporte e formação inicial para o trabalho. O violeiro pode ensinar a tocar violão e a costureira passa adiante os conhecimentos de corte e costura. Além de aulas, eventos de cultura também ajudam a preencher o tempo no final de semana. “Nosso desejo é que a escola vire um centro de cultura e reconhecimento de talentos, aliado a seu caráter educativo”, disse Natália.
Criado em 2004, o programa registra hoje cerca de 1.550 escolas abertas espalhadas por 96 municípios de 22 estados brasileiros. Só no Espírito Santo, são 127 escolas funcionando nos fins de semana. “O programa gera grande impacto na vida das comunidades a custo baixo”, ressaltou Natália. Cada escola gasta em torno de R$ 18 mil por ano e, segundo Natália, esse dinheiro consegue manter, em média, 15 oficinas por escola e atender a um público estimado de 400 pessoas todo fim de semana.
Fruto de parceria entre governo federal, Secad/MEC e secretarias municipais, o 1º Seminário de Vitória oferecerá aos participantes oficinas de capoeira, chapéu de palha, reciclagem de latas, tapeçaria e percussão, entre outras. As atividades culturais incluem a apresentação do grupo Educar pelo Tambor, de Betim (MG), resultado da de percussão e africanidade promovida por uma escola aberta da cidade mineira. Atualmente, estão em funcionamento escolas abertas nas regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Vitória, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Distrito Federal e nas capitais de Roraima (Boa Vista) e Mato Grosso do Sul (Campo Grande).
Maria Clara Machado