Ministro diz que TV pública precisa ter financiamento
As diretrizes para a implantação da rede pública de televisão foram discutidas nesta terça-feira, 8, em Brasília, na abertura do 1º Fórum Nacional de TVs Públicas. De acordo com o ministro da Educação, Fernando Haddad, para que a nova rede consiga firmar-se com forma e conteúdo transformadores será preciso criar um sólido sistema de financiamento.
Haddad lembrou a importância da televisão para o povo brasileiro e defendeu sua utilização para o desenvolvimento social do país. “Precisamos encontrar um caminho para fazer o Brasil ver também um pouco do seu futuro a partir da televisão, ver a construção que pretende para sua nacionalidade, que envolve a diversidade, a engenhosidade e a criatividade. Isso a tv pública pode oferecer com toda a certeza”.
O Brasil tem 1.885 emissoras públicas de tvs educativas e culturais, entre geradoras, retransmissoras e afiliadas, que atingem 70% da população em 2.880 municípios, segundo a Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais (Abepec). A maior parte da programação é constituída por programas infantis, telejornais, transmissões esportivas, musicais, games, filmes, variedades, documentários, produtos culturais e paradidáticos.
De acordo com o ministro, emissoras como essas representam verdadeiros laboratórios onde profissionais cultivam novas possibilidades e perspectivas de programação. Tais experiências auxiliarão na implantação da nova rede, que deve incluir um canal de educação. Entretanto, o ministro lembra que isso não é suficiente para viabilizar o projeto. “Se quisermos fazer com que essa experiência se traduza em mudança efetiva e educativa da audiência, nós temos que combinar experiência com o financiamento”.
Fórum - O 1º Fórum Nacional de TVs Públicas vai até sexta-feira, 11, quando encerra o processo de diagnóstico e debates iniciados em setembro de 2006. O evento reúne mais de 500 pessoas, entre gestores e programadores de TVs públicas, representantes de agências reguladoras, de cinema, das telecomunicações, universidades, organizações da sociedade civil e do governo federal. Ao final, será elaborada a Carta de Brasília, com recomendações para o desenvolvimento de uma política pública para o setor.
Também participaram da abertura os ministros da Cultura, Gilberto Gil, da Comunicação Social da Presidência, Franklin Martins, da Secretaria Geral, Luiz Dulci, e os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Arlindo Chinaglia.
Cíntia Caldas