Países de três continentes conhecem programa de prevenção de doenças
Sete países da América Latina, da África e da Ásia estarão na Universidade de Brasília (UnB), de 1º a 3 de junho, para conhecer a experiência brasileira sobre prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, ao uso de drogas e à gravidez precoce, desenvolvida pelos ministérios da Educação e da Saúde.
Nesses três dias, será realizada na UnB a 2ª Mostra Nacional Saúde e Prevenção nas Escolas, que traz experiências do programa Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE), desenvolvido desde 2003 nas escolas das redes públicas. A mostra apresenta 66 trabalhos selecionados nas modalidades oral, pôster e expressões artístico-culturais. “São experiências inovadoras na maneira de fazer prevenção com jovens no espaço escolar”, diz o diretor do Departamento de Desenvolvimento e Articulação Institucional da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC), Francisco Potiguara.
A seleção de projetos será apresentada ao Paraguai, Bolívia Nicarágua, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor Leste, países- membros da Rede de Laços Sul-Sul, iniciativa que os une ao Brasil no compromisso de assegurar o acesso universal à prevenção, ao tratamento do HIV/Aids e aos cuidados para quem vive com o vírus. O SPE tem um olhar voltado aos professores e educadores e seu objetivo é promover a integração entre os serviços municipais e estaduais de educação e saúde, tendo a escola como espaço de articulação das políticas de prevenção para adolescentes e jovens.
Integração — As experiências são exemplos de gestão integrada entre os ministérios da Educação e da Saúde, programa que tem o apoio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa), organizações não-govertitle_aliasntais e da comunidade escolar nos estados e municípios. “A gestão integrada e descentralizada do governo federal fortalece os grupos locais. Todas as ações nas escolas são decididas em grupo e os jovens também participam”, afirma Maria de Fátima Malheiros, técnica de assuntos educacionais da Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC).
Os jovens recebem formação e se tornam multiplicadores do conhecimento. Francisco Potiguara explica que o Programa Saúde e Prevenção nas Escolas incorporou a valorização do protagonismo juvenil. “Hoje, os jovens são multiplicadores de informações e de ações de prevenção.” Pela participação no conselho gestor do Movimento de Adolescentes do Brasil e no comitê consultivo do SPE, a adolescente brasileira Fernanda Winter vai participar da Cúpula Júnior 8, na Alemanha, de 1º a 8 de junho. A cúpula ocorre paralelamente ao encontro dos líderes dos países mais ricos do mundo, o G8. Durante o evento, adolescentes de vários países vão discutir propostas e buscar soluções para problemas que afetam e violam os direitos de crianças e adolescentes.
Censo Escolar — Em 2005, pela primeira vez, o Censo Escolar trouxe dados sobre ações de prevenção às doenças sexualmente transmissíveis (DST)/Aids realizadas em escolas da educação básica. Segundo Potiguara, “os dados permitem uma visão geral do tratamento da temática no sistema educacional. Agora temos bases científicas para o desenvolvimento do projeto. A 2ª Mostra será um encontro para troca de tecnologias.” De acordo com o censo de 2005, das 161.679 escolas públicas da educação básica, 97.600, o que corresponde a 60,4%, trabalharam o tema DST/Aids; e 9.200 escolas que debateram o assunto também ofereceram preservativos aos estudantes.
Manoela Frade