Olimpíada é lançada em Curitiba
Curitiba ― Ler mais, escrever melhor e aprender a interpretar o mundo. Mais que um concurso de textos, a Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro busca investir na formação de professores e, com isso, melhorar o ensino e a aprendizagem da língua portuguesa, além de ajudar a formar pessoas mais críticas. O lançamento da olimpíada na região Sul ocorreu nesta quinta-feira, dia 6, em Curitiba.
Para a secretária de Educação Básica (SEB/MEC), Maria do Pilar Lacerda, o maior interesse do Ministério da Educação ao inaugurar parceria com a Fundação Itaú Social, que coordenava o concurso Escrevendo o Futuro desde 2002, é a formação consistente do professor, que se reflete em ensino de qualidade. “Essa iniciativa provoca o professor a refletir sobre o projeto pedagógico”, acredita. “O ensino só é eficiente se os cidadãos souberem ler, escrever e se tiverem acesso a instrumentos de crítica que garantam mais autonomia e liberdade”, diz.
A professora da quarta série do ensino fundamental da escola estadual de educação básica Antônio Coloneti, em Içara (SC), participou do concurso em 2006, antes de a iniciativa virar política pública, e aprovou o evento. Ela recebeu material didático específico para ensinar alunos a trabalhar o texto e passou por cursos de formação. “Eu nem sabia o que eram gêneros textuais. Aprendi com o kit do professor”, conta. A professora ensinou o que aprendeu aos alunos. Um deles, a menina Joice da Silva, ganhou o concurso nacional com a redação Doce Içara com Sabor Amargo.
“O texto retrata a abertura de uma mina de carvão na cidade onde moramos”, revela Edna. Ao atrelar o conteúdo das aulas de leitura e escrita ao contexto vivido pelos alunos, a professora chamou a atenção dos estudantes. “Eles estudavam até fora do horário de aulas”, ressalta.
Assim como ocorreu com Edna e seus alunos, o tema da olimpíada ― O Lugar onde Vivo ― estimula a interação entre escola e comunidade. “O tema provoca que a escola se abra para a comunidade e confere mais significado ao aprendizado”, destaca Maria do Pilar.
Olimpíada ― O Prêmio Escrevendo o Futuro foi o embrião da Olimpíada de Língua Portuguesa. A transformação do prêmio em olimpíada, agora como política pública, ampliou a abragência da iniciativa. Na última edição do Escrevendo o Futuro, em 2006, 15 mil escolas e 20 mil professores participaram. A expectativa é que a olimpíada alcance seis milhões de alunos, 80 mil escolas e 200 mil professores. Para que as redes participem, é preciso que o secretário estadual ― no caso das escolas estaduais ― e os dirigentes municipais (prefeitos e secretários municipais de educação), no caso das redes municipais, assinem termo de adesão. A idéia é articular ações das três esferas de governo em favor da melhoria da formação do professor e do reforço das habilidades de leitura e escrita dos alunos. As redes de educação estaduais de Santa Catarina e Paraná já aderiram.
A olimpíada é uma iniciativa do MEC, em parceria com a Fundação Itaú Social e o Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec).
Maria Clara Machado