Gestores avaliam encontro em Brasília
Secretários de educação de quase todos os municípios considerados prioritários no atendimento oferecido pelo Ministério da Educação levarão novidades a suas cidades. Os dirigentes se reuniram em Brasília, em um encontro do Programa de Apoio aos Dirigentes Municipais de Educação (Pradime), que terminou no sábado, 29.
Nas oficinas realizadas durante o evento, os secretários aprenderam a analisar e interpretar os dados de sua realidade educacional, fazer um planejamento na educação municipal e deixar diretrizes norteadoras para a próxima gestão. Muitos garantem que já colocarão em prática as dicas recebidas em Brasília.
Dos 1.242 municípios prioritários, 950 estão situados nas regiões Norte e Nordeste. Agenildo Gomes é secretário de educação de Teolândia, na Bahia, cujo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é 2,2. Ele afirma que, a partir do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), o acesso às ações do MEC ficou mais fácil. “Agora temos bastante contato com o ministério. O encontro dessa semana é um exemplo. Nos enriqueceu muito e vai facilitar nosso trabalho nos municípios”, diz. O assunto pelo qual Agenildo mais se interessou, debatido nas oficinas, foi o orçamento. “É algo em que todo secretário tem de estar atento”, acredita.
O Plano de Ações Articuladas (PAR) é outro tema de interesse do secretário baiano. Isso porque, exatamente nesta semana, os consultores enviados pelo MEC para auxiliar na elaboração do plano estão visitando sua cidade. “Eu estou aqui em Brasília, mas estou ligando toda hora para os consultores, para saber como anda o trabalho lá em Teolândia”, conta. Segundo Agenildo, as maiores necessidades na educação de sua cidade são a melhoria da infra-estrutura das escolas e a aquisição de veículos para o transporte escolar. “Isso tudo vai estar incluído no nosso PAR”, comemora.
As necessidades do município de Agenildo são as mesmas da cidade de Alreny Rocha, também secretária de educação: Santa Isabel do Pará (PA), que tem Ideb de 2,4. Mas Alreny destaca: a região amazônica precisa de um olhar diferenciado. A maior dificuldade de Santa Isabel do Pará, segundo a secretária, ainda é o transporte escolar, pois a região é hidrográfica em sua maior parte, com o agravante da difícil navegação pelos igarapés.
“Mas é bom saber que o MEC está assumindo um compromisso com os municípios que estão com dificuldades. Agora todo o Brasil pode ter acesso à educação”, ressalta Alreny. A secretária de educação do município paraense diz ter aproveitado ao máximo os debates sobre planejamento na educação municipal.
Ilka Ramos, secretária de educação de Itaíba, em Pernambuco, afirma o mesmo. Para ela, as discussões sobre planejamento trouxeram uma nova maneira de pensar a educação municipal. “Vou passar a fazer aquilo que eu não fazia e consertar o que fazia de maneira errada, na gestão financeira, pedagógica e de infra-estrutura em Itaíba”, prevê. O Ideb do município é 2,3.
Segundo Ilka, construção e reforma de escolas são as maiores necessidades de Itaíba. “O município é basicamente rural. Temos 83 escolas e só quatro são urbanas. Os prédios das escolas rurais carecem de melhorias, para que possam oferecer condições mínimas de funcionamento”, diz. A formação de professores é outra carência no município, mas tudo isso, de acordo com a secretária, já está descrito no PAR.
É consenso entre os três secretários que o encontro em Brasília serviu para dar um novo olhar à gestão da educação municipal. “A reunião do Pradime nos trouxe instrumentos que contribuem para a construção de uma educação de qualidade no nosso município”, finaliza Ilka.
Letícia Tancredi