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Educação básica

Leitura atrai crianças no Paraná

  • Quarta-feira, 23 de abril de 2008, 10h10
  • Última atualização em Terça-feira, 29 de abril de 2008, 15h50

Alunos da Escola Estadual Padre Cristóforo Myskiv, em Prudentópolis, no Paraná (Foto: João Bittar)No dia mundial do livro, da leitura e do autor, comemorado nesta quarta-feira, 23, crianças do interior paranaense dão o exemplo. No horário do intervalo, elas preferem a fila para escolher um livro à da merenda. Não que o lanche seja ruim, mas na Escola Estadual Padre Cristóforo Myskiv, em Prudentópolis, nada é tão bom para os estudantes quanto a leitura.

Na pacata cidade, pouco mudou desde a fundação, em 1896, por emigrantes ucranianos. Lá, os educadores convencem os alunos a ler, em média, um livro por semana. Talvez por não se identificarem com os programas de televisão ou por pura falta do que fazer, as crianças voltam à escola depois das aulas e, sob a sombra das árvores, usam o tempo livre para ler. Josiane Tkaczuk, 11 anos, estuda de manhã, mas vai ao “Cristóforo” também à tarde. “Adoro esse lugar. Venho aqui para ler e para renovar meus livros na biblioteca”, conta a estudante, que costuma ler dois por semana.

Na cidade, que tem 48 mil habitantes, 80% da população é formada por descendentes dos imigrantes. Na escola, os efeitos do tradicionalismo europeu são evidentes. Os alunos rezam diariamente antes de começar a estudar e também sabem de cor os hinos do município, do Paraná e do Brasil. Mas não foi o rigor ucraniano que originou a dedicação dos estudantes aos livros. Com um jeitinho improvisado, bem brasileiro, pais, professores e funcionários criaram um ambiente propício à leitura.

Método — O improviso começa pela biblioteca, se for esse o nome adequado para a sala na qual são guardados os títulos de literatura. Na verdade, a sala dos professores e a biblioteca coexistem no mesmo espaço físico. Lá, a movimentação de crianças e adolescentes não cessa. O desempenho impressionante foi alcançado por meio de iniciativas simples e baratas. Em todas as disciplinas, são reservados 15 minutos de aula para que os alunos leiam gibis, revistas, artigos ou livros.

Nas aulas de português, os alunos têm, uma vez por semana, o direito de ir à biblioteca para devolver, renovar ou tomar livros emprestados. As professoras levam revistas de palavras cruzadas e gibis para a sala de aula. Quem terminar a tarefa pode ler revistinhas da turma da Mônica, do Tio Patinhas ou do Super-Homem. A escolha dos títulos fica a critério dos alunos. Sem vincular a leitura a provas ou qualquer outro método que signifique obrigatoriedade, os alunos encaram os livros como diversão. “Nosso objetivo é levá-los a tomar gosto pela literatura”, revela a professora Cecília Ito Staciu.

Criado o hábito de contar histórias, os professores conseguiram a façanha de fazer os alunos discutirem literatura naturalmente. “O que nós criamos aqui foi uma cultura na qual a literatura tem papel central”, explica a diretora da escola, Terezinha Maia Oliveira. Como os alunos estão habituados a ler, o ambiente gira em torno desse hábito. É comum ver uma criança debruçada sobre algum título nos bancos do pátio, mesmo no horário do recreio.

Ana Guimarães

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