Concurso leva estudantes à Bolívia
A Rota do Sol, com seus lagos, campos de sal e as riquezas das culturas indígenas do altiplano boliviano, é o tema do concurso histórico-literário Caminhos do Mercosul 2008. O concurso, que este ano é coordenado pela Bolívia, é para estudantes do ensino médio regular, de escolas públicas e privadas, nascidos nos anos de 1991 e 1992, da Argentina, Brasil, Chile, Uruguai, Paraguai e Bolívia.
O prêmio para os vencedores é uma viagem de 13 dias pela Rota do Sol para conhecer, entre outras belezas, o Lago Titicaca e cidades como La Paz, Sucre e Potosí. A cidade de Potosí, que integra o roteiro dos alunos, foi fundada em 1546 e é Patrimônio Mundial da Unesco. Próximo à cidade, os estudantes vão conhecer o Salar de Uyuni, que é considerada a maior planície de sal do mundo.
Cada país selecionará, entre os concorrentes, os seis melhores trabalhos. No final, os 36 estudantes, seis de cada país do bloco, fazem a viagem. No Brasil, o Ministério da Educação enviará o regulamento e o calendário do concurso para as escolas do ensino médio na primeira semana de agosto, mas os estudantes que desejam concorrer ao prêmio, que é uma viagem pelo altiplano boliviano, já podem começar a pesquisa. O tema central do concurso é Lagos, Salares (campos de sal) e culturas na Rota do Sol.
O trabalho pode ser feito no formato de monografia, ensaio, investigação histórica ou conto. No Brasil, os trabalhos deverão ser apresentados em português e nos demais países, em espanhol, com extensão mínima de dez páginas e máxima de 20. A Bolívia é o sexto país do Mercosul a coordenar o concurso, que acontece em sistema de rodízio entre os seis países do bloco.
Promovido pelo Setor Educacional do Mercosul (SEM) e pela Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), o concurso é realizado, simultaneamente, nos quatro países do bloco – Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai e nos associados, Bolívia e Chile – em três etapas em cada país: uma seleção na escola, outra na secretaria estadual de educação e a última no Ministério da Educação. Cada país deverá selecionar seis estudantes que, juntos, farão a viagem para conhecer a Bolívia. Os gastos dos alunos com transporte aéreo e terrestre, nacional e internacional, hospedagem e alimentação serão custeados pelo SEM e pela OEI.
Os objetivos do concurso Caminhos do Mercosul são promover nas escolas do ensino médio uma consciência favorável à integração regional, estimular e fortalecer os vínculos entre os estudantes dos seis países do sul do continente latino-americano, ampliar os conhecimentos e o respeito à diversidade cultural. Na parte específica da monografia, os ministérios da Educação integrantes do bloco e os associados têm como objetivos estimular a pesquisa sobre a região e gerar espaços de participação estudantil nos campos da cultura e do saber.
Trajetória – Lançado em 26 de março de 2003 para comemorar o Dia do Mercosul e os dez anos de criação do bloco, o concurso histórico-literário é coordenado por um país a cada ano, num sistema de rodízio. Em 2003, a promoção foi da Argentina que escolheu o tema O Gaúcho e o Cruzeiro do Sul; em 2004, coube ao Chile a condução do prêmio que teve como tema Pablo Neruda: poeta, cidadão, político e Prêmio Nobel de Literatura; em 2005, o promotor foi o Brasil com o tema Brasília, Patrimônio Cultural da Humanidade; em 2006, o prêmio foi promovido pelo Paraguai que homenageou o escritor e jornalista Augusto Roa Bastos com o tema Abrindo o portão dos sonhos com Augusto Roa Bastos, poeta e andarilho; em 2007, o Uruguai promoveu o concurso com o tema Rio da Prata: um mundo a descobrir.
Bolívia – A Bolívia é um país da América do Sul, sem litoral, que faz fronteira com o Brasil, Paraguai, Argentina, Chile e Peru. Tem duas capitais: La Paz, capital política e sede do governo, e Sucre, capital constitucional. O país participou do desenvolvimento de grandes civilizações indígenas do continente, sendo parte do Império Inca no século 15. Quando os espanhóis chegaram, no século 16, a Bolívia, que era rica em depósitos de prata, foi incorporada ao vice-reino do Peru. Em 1825, Simon Bolívar proclamou a independência da Espanha. Hoje, a Bolívia tem três idiomas oficiais: espanhol, quíchua e aimará. A maior parte da população é constituída por indígenas: 30% quíchua e 25% aimará.
Ionice Lorenzoni