Educação exige participação da família
O Ministério da Educação está promovendo, até dia 8, um encontro com 150 representantes da Confederação Nacional das Associações de Pais e Alunos (Confenapa) e lideranças religiosas, indígenas e quilombolas, em Brasília. A intenção é apresentar e discutir a implementação das metas do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) e incentivar a participação dos pais de alunos no movimento pela melhoria da qualidade da educação.
O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse na abertura do encontro, nesta quinta-feira, 6, que a escola pública exige a participação dos pais. “A própria Constituição dispõe que a educação é dever do Estado e da família”, enfatizou. Para Haddad, o conceito de escola pública vai além de municipal, estadual ou federal. Em suas palavras é, antes de tudo, da comunidade. “Se não for apropriada pela comunidade, a escola será estatal, não pública. O vínculo entre Estado e família em proveito da educação das crianças brasileiras tem de ser permanente.”
O encontro com os pais de alunos faz parte de uma força-tarefa do MEC para mobilizar diversos segmentos da sociedade em prol da educação. Técnicos do ministério já se reuniram com representantes dos tribunais de contas, ministério público, igrejas, empresas, sindicatos e dos conselhos dos direitos das crianças e adolescentes.
Segundo o secretário executivo adjunto do MEC, Francisco das Chagas, é importante unir forças com os que lidam direta e indiretamente com a educação. “Uma das ações do PDE é a mobilização da sociedade. No compromisso que estados e municípios firmaram, uma das diretrizes se refere à instituição de comitês formados por diversos atores sociais para monitorar e acompanhar o plano”, explicou.
A presidente da Confenapa, Iedyr Bambirra, acredita que na parceria entre governo e os variados setores se inicia a verdadeira revolução na educação. Iedyr entregou ao ministro uma carta elaborada por representantes de pais de alunos das escolas públicas de todos os estados, que revela a visão que eles têm da educação de seus filhos e apresenta sugestões de melhoria nas condições de ensino. “É imprescindível que o MEC dialogue e escute o que os pais têm a dizer”, afirmou.
Durante os quatro dias de encontro, serão discutidas as ações do PDE na educação básica; os programas Caminho da Escola e Proinfância – de transporte escolar e construção de creches, respectivamente; a diversidade na escola e alfabetização de jovens e adultos; a participação dos pais e controle social; o Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares; e o currículo em movimento. Serão desenvolvidos ainda trabalhos em grupo com os pais, para debater o compromisso das associações de pais de alunos com o PDE, e oficina de formação de agentes mobilizadores com as lideranças religiosas.
Letícia Tancredi