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Educação básica

Semifinal da olimpíada em São Paulo

  • Quarta-feira, 19 de novembro de 2008, 15h36
  • Última atualização em Quinta-feira, 20 de novembro de 2008, 12h15

São Paulo – Enquanto estão espalhados pelos saguões e corredores do Hotel Transamérica, onde são realizadas as oficinas regionais da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro, em São Paulo, os 300 participantes – alunos e professores de várias séries, de todo o país – mudam a rotina do lugar. Ao invés do entra-e-sai de hóspedes sisudos, há risadas, conversas animadas e muitos grupos que vêm e vão alegremente, transitando por corredores e salas de eventos entre oficinas, salas de lanche e as mesas das livrarias.

Porém, tudo isso acontece fora das salas de oficina. Lá dentro, estudantes compenetrados concentram-se em melhorar os textos semifinalistas, criar os últimos acertos e destaques que os levarão a Brasília, na grande final, dia 1º de dezembro. Nas salas de professores, depoimentos dos mestres garantem o incentivo que precisam para entrar em sala de aula ainda mais motivados, ainda mais certos do aprendizado de seus alunos.

Participam das atividades 56 alunos e 56 professores de 4ª, 5ª, 7ª e 8ª séries (5º e 6º anos, 8º e 9º anos) do ensino fundamental e do 2º e 3º anos do ensino médio, classificados, respectivamente, nas categorias poesia, memória e opinião do estado de São Paulo. Também participam 244 alunos e professores dos demais estados brasileiros, semifinalistas, classificados nas categorias memória e opinião. Até agora, só haviam participado de oficinas e premiações regionais alunos classificados na categoria poesia.

Apesar da pouca idade, os alunos concorrentes nas categorias memória e opinião esbanjam maturidade. Adriana Cristina Gluitz, de Francisco Beltrão (PR), fez um artigo sobre a polêmica entre moradores e governantes na construção de uma casa de custódia em seu município. Felipe Navarro Balbino, de Boa Vista (RR), escreveu sobre os problemas que a homologação da reserva Raposa Serra do Sol traz à identidade do povo de seu estado.

Ao falar sobre seus textos, o brilho nos olhos dos jovens fascinados em conhecer uma nova cidade e fazer amigos de todo o país transforma-se no olhar compenetrado de quem defende uma obra em competição. Em seu artigo, Felipe, 17 anos, aluno do 3o ano, resolveu fugir do lugar comum. “Todo mundo só fala sobre o impacto ambiental e a questão da preservação, mas eu falei sobre a garantia da hegemonia nacional e como as reservas indígenas aumentam a segregação racial e a violência contra esses povos, além de prejudicar o desenvolvimento econômico da região, impedindo o cultivo de terras férteis.”

O tema de Adriana Gluitz, 16 anos, também era polêmico: a construção de uma casa de custódia dividiu os moradores, assustados com a perspectiva do aumento da criminalidade na região, e as autoridades, interessadas no desenvolvimento econômico da cidade com o empreendimento. Adriana escolheu seu lado no artigo. “Com a ajuda do governo e a nossa, a cidade precisa se desenvolver.”

Além das polêmicas, os dois jovens, mesmo em turmas separadas, compartilhavam o fascínio com as culturas dos estados dos novos amigos. Felipe trouxe a São Paulo folderes turísticos para distribuir entre os colegas e convencê-los a conhecer Roraima. Adriana, descendente de alemães e italianos, sotaque paranaense carregado, disse ter adorado o sotaque da colega de quarto, de Alagoas. Outra semifinalista, Maria Larissa Silva Santos, 14 anos, aluna da 7a série, tornou-se o centro das atenções de sua turma, por ser de São Paulo, capital. “Quando visitamos ontem o Museu da Língua Portuguesa, meus colegas faziam muitas perguntas sobre a cidade,  o bairro. Virei guia turístico!” Larissa contou também que as pessoas do interior brincavam com a quantidade e variedade de carros, mas estranhavam as favelas e a poluição, consideradas tristes por elas, e todos falavam como os governantes deviam fazer mais pela cidade.

Larissa, que mora perto de Interlagos, concorre à final com um texto da categoria memória, escrito a partir dos relatos de Dona Áqueda, uma senhora descendente de italianos e portugueses, que aos 75 anos cursa a faculdade. Ela contou a Larissa curiosidades de uma vida dedicada ao bairro da Mooca.

Larissa, Felipe e Adriana participarão esta noite da premiação regional da Olimpíada de Língua Portuguesa, em São Paulo, onde serão decididos os últimos finalistas que irão a Brasília, dia 1º de dezembro, para a grande premiação.

Luciana Yonekawa

 

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