Portal de domínio público reúne cinco mil obras
O portal de Domínio Público do Ministério da Educação, inaugurado em novembro do ano passado pelo ministro Tarso Genro, com 500 obras, já conta com cinco mil, entre trabalhos literários, músicas, fotografias, vídeos e quadros. Essa biblioteca digital, acessível gratuitamente, tem parcerias com bibliotecas virtuais, editoras privadas e universitárias, gravadoras e universidades.
Em abril último, 35.844 usuários tiveram acesso ao portal, que contém vídeos digitalizados da TV Escola da Secretaria de Educação a Distância (Seed/MEC) e vídeos de literatura brasileira que apresentam os escritores Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, José de Alencar, Lima Barreto, Machado de Assis e Mário de Andrade. Obras de Eça de Queiroz, Aloísio Azevedo, Machado de Assis e William Shaskespeare também são encontradas. O usuário tem a opção de baixar (fazer download) os textos e imprimi-los, totalmente ou em parte.
O portal, referência para professores, alunos, pesquisadores e população em geral, visa a contribuir para o desenvolvimento da educação e da cultura e aprimorar a construção da consciência social, da cidadania e da democracia. "Ao oferecer informações e conhecimentos de forma livre e gratuita, busca incentivar o aprendizado, a inovação e a cooperação entre os geradores de conteúdo e seus usuários", disse o ministro Tarso Genro.
Colóquio - O coordenador-geral de gestão em educação a distância do MEC, Espartaco Madureira Coelho, apresentou o portal, este mês, no Colóquio Internacional de Literatura Comparada e Novas Tecnologias, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. O encontro foi promovido pela Associação Internacional de Literatura Comparada, que reúne representantes de Brasil, Uruguai, Espanha, Itália e França. A entidade é presidida pela brasileira Tânia Carvalhal.
De acordo com José Guilherme Ribeiro, consultor da Seed, órgãos públicos, bibliotecas e administrações federal, estaduais e municipais podem oferecer conteúdo ao portal, sobretudo de obras que caíram no domínio público. Ou seja, cujos autores morreram há mais de 70 anos. Escritores contemporâneos também podem autorizar a publicação de suas obras. O cadastramento é feito no próprio endereço eletrônico da biblioteca.
É projeto do MEC cadastrar e digitalizar outras obras no portal. Para isso, vai abrir processo licitatório até junho próximo. "A idéia do portal é colocar à disposição das pessoas obras culturais de interesse geral", explicou Jean Marc Georges Mutizig, diretor do Departamento de Infra-Estrutura Tecnológica da Seed. "Queremos ainda oferecer serviços adicionais, como chat e fóruns, para tornar o portal ainda mais atrativo", explicou. Voluntários, autores e tradutores podem colaborar com a iniciativa.
A primeira referência em biblioteca digital no mundo para acesso público e gratuito é o projeto Gutenberg, que tem 16 mil e-livros, quase todos em domínio público e traduzidos para 16 idiomas. Foi criado em 1971, pelo norte-americano Michael Hart.
Repórter: Susan Faria