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Alimentação escolar

Criatividade na cozinha garante merenda nutritiva e saborosa

  • Terça-feira, 19 de janeiro de 2016, 13h54
  • Última atualização em Terça-feira, 19 de janeiro de 2016, 13h54

A proposta do concurso é valorizar o papel das merendeiras e incentivar a prática de hábitos alimentares saudáveis no ambiente escolar (arte: ACS/MEC)Há dez anos na Escola Estadual Vereador Antônio Laurindo, em Iporá, Goiás, a merendeira Osmarina Pereira Assini, 40 anos, não imaginava que um velho hábito na cozinha a levaria tão longe. Ela, que nunca foi de se acomodar com a falta de algum ingrediente e se acostumou a substituir uma coisa por outra para criar novas iguarias, é uma das 15 finalistas do concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar.

Promovido pelo Ministério da Educação e pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o concurso premiará este mês, em Brasília, as cinco melhores receitas servidas em escolas de todas as regiões do país. E a torta saborosa de batata-doce com peixe, criada por Osmarina a partir da falta da farinha de trigo, é uma das concorrentes. 

“A minha farinha de trigo tinha ficado pouca para a receita original; aí eu tinha bastante batata-doce, então resolvi com ela”, conta Osmarina. A merendeira estava certa de que não seria classificada ante as mais de duas mil receitas inscritas. “Porque a gente é do interior, e a escola é muito pequenininha”, diz. “Graças a deus, chegamos. Tem hora que a gente faz as coisas e acha que nem vai dar certo, mas é onde dá.”

Apesar de já ter “cozinhado pra fora” e trabalhado em restaurantes, Osmarina, em sua paixão pela cozinha, se realiza ao alimentar os estudantes das turmas do primeiro ao nono ano que compõem a escola. Cada refeição, ela diz, é um desafio. “É muito gratificante quando você faz as coisas ou inventa alguma receita diferente, e eles amam, pedem pra repetir”, afirma. “Quando eles não gostam, você fica frustrada.” Ela garante que já sabe lidar com a sinceridade e a exigência de sua “clientela”.

No caso da torta saborosa de batata-doce com peixe, a aprovação foi unânime, tanto que foi preciso repetir o prato outras vezes. “O mais legal é que a receita tem a tilápia, que é fonte de ômega 3 (ácido graxo que auxilia na diminuição dos níveis de triglicerídeos e colesterol ruim, enquanto favorece o aumento do colesterol bom), e tem ainda a batata, com valor nutricional muito grande, uma fonte de energia”, explica a merendeira. Segundo Osmarina, até com sardinha é possível fazer a iguaria. “O importante é ter criatividade.”

Formação — Tanto conhecimento sobre o valor nutricional do peixe e da batata-doce não é à toa. A Secretaria de Educação do estado promoveu, também este ano, o primeiro concurso de alimentação entre as unidades escolares. Em duas etapas formativas, as profissionais da cozinha receberam informações sobre a importância desses ingredientes específicos. Além disso, os alunos do programa Mais Educação — estratégia do MEC para ampliar a jornada escolar, com cursos oferecidos pelas escolas participantes — foram estimulados a plantar o vegetal na própria unidade de ensino.

Osmarina Assini duvidava das chances de chegar à final: “Tem hora que a gente faz as coisas e acha que nem vai dar certo, mas é onde dá” (foto: divulgação)Para Osmarina, o segredo para oferecer uma boa alimentação aos estudantes é a atenção com o cardápio. Na escola Vereador Antônio Laurindo, não há espaço para frituras, por exemplo. Há sempre muita salada, e a variedade dos pratos dá mais equilíbrio ao que as crianças consomem. “Quando algum aluno tem restrição e não pode comer um determinado alimento, a gente procura substituir”, diz. Além das duas refeições por dia servidas a todos os estudantes, aqueles que fazem parte do Mais Educação e, portanto, passam mais tempo no ambiente escolar recebem ainda um reforço no lanche, com frutas da estação.

Orgulho — Feliz por participar do concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar, a merendeira fala com orgulho da função que exerce na educação dos meninos e meninas de Iporá, município com 32 mil habitantes. “Uai, eu amo o que eu faço, e é tão bom quando você faz um trem que você gosta”, diz Osmarina. Para ela, o destaque dado aos que trabalham na cozinha é um reconhecimento que só professores e diretores estão acostumados a ter. “É muito importante. A gente fica com vontade de fazer melhor ainda.”

A receita da torta saborosa de batata-doce com peixe de Osmarina pode ser conferida na página do prêmio na internet.

Assessoria de Comunicação Social

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