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Educação básica

Projeto social atua para promover aproximação entre escola e comunidade no interior goiano

  • Quarta-feira, 14 de setembro de 2016, 11h19
  • Última atualização em Quarta-feira, 14 de setembro de 2016, 11h19

A recuperação de um parquinho, que faz a alegria dos estudantes, é uma das realizações do projeto comunitário desenvolvido em Cavalcante (foto: divulgação)Cercado por cachoeiras e belezas naturais e históricas da Chapada dos Veadeiros, o município goiano de Cavalcante exibe a realidade das desigualdades sociais no Brasil ao apresentar um dos mais baixos índices de desenvolvimento humano (IDH) do país. De acordo com o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, de 2010, elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), o município, a 320 quilômetros de Brasília, ocupa a 4.540ª posição entre os 5.565 do ranking.

Essa situação de vulnerabilidade despertou a atenção de voluntários de uma instituição religiosa de Brasília, que atua em parceria com uma organização de desenvolvimento social. Decidiu-se, então, incluir a comunidade de Cavalcante em projeto comunitário que envolve escola e famílias. A Escola Municipal Morro Encantado, em um dos bairros mais carentes de Cavalcante, foi escolhida para o início do projeto.

As atividades são programadas para os fins de semana. Desde o ano passado, as 300 crianças, do pré-escolar ao quinto ano do ensino fundamental, participam de oficinas de artesanato e de música, gincanas e práticas esportivas. As famílias dos alunos recebem doações de roupas e alimentos e são convidadas para palestras sobre temas como valores humanos e a importância de apoiar e acompanhar os estudos dos filhos.

A diretora da escola, Delma Gonçalves Maia, apoia a iniciativa. “As crianças adoram as atividades porque na cidade não há muita opção de atividades culturais para elas”, explica.

A parceria tem resultado em melhorias também na estrutura física do prédio escolar. Com recursos próprios e com a contribuição de uma loja de tintas de Brasília, a escola ganhou pintura nova. “Também fizemos a limpeza do terreno, com roçagem do mato, e a recuperação de um parquinho, que é a alegria dos estudantes atualmente”, conta Herbert Borges Paes de Barros, coordenador do Projeto Cavalcante. Pequenos reparos também são feitos, como o conserto da torneira que pingava e desperdiçava água, a substituição do bebedouro e o reforma da rede wi-fi.

Apesar dos poucos encontros, as crianças já se mostram mais receptivas ao projeto. “Antes, elas ficavam retraídas, havia agressividade e dificuldades de obediência às regras combinadas”, lembra Herbert. Segundo o coordenador, o comportamento dos alunos começou a melhorar a partir da terceira atividade, com a conquista da confiança. “Passamos a vivenciar a afeição, o carinho e o respeito pelos voluntários.”

Zelo — De acordo com Herbert, o maior desafio do projeto é fazer os próprios moradores da Vila Morro Encantado, onde fica a escola, entenderem a unidade de ensino como parte da comunidade. “A comunidade deve zelar por ela e contribuir com o que puder para que a escola se torne um ambiente cada vez melhor, tanto em relação à estrutura física quanto à educação, à qualidade de vida de estudantes, professores e funcionários”, pondera.

Segundo a diretora Delma, os pais dos alunos precisam de ajuda para perceber a necessidade e a importância do envolvimento deles na rotina escolar dos filhos. É o caso de uma aluna de 11 anos, do quinto ano. Adotada por uma tia, a menina fica com a avó quando não está escola porque a nova mãe trabalha como doméstica o dia todo. “À tarde, ela ajuda a cuidar do irmão menor e de outros primos também menores”, explica a mãe adotiva, de 58 anos, que mora no Morro Encantado. “São importantes essas atividades da escola no fim de semana porque as crianças não ficam à toa e aprendem coisas boas”, diz a mãe.

A diretora da escola lamenta o fato de as crianças mal contarem com acompanhamento escolar por parte dos pais, que em geral têm pouco estudo e um histórico de violência e alcoolismo. “Os irmãos mais velhos é que ficam responsáveis e costumam levar os mais novos para a escola”, diz. “É muito difícil mudarmos uma tradição, mas aos poucos estamos tentando. Por isso, esse projeto é muito bem-vindo.”

Rovênia Amorim

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