Professora descreve introdução da criança no mundo letrado
Na semana em que se comemora o Dia Nacional da Alfabetização, a professora Rafaela Marchetti, que leciona a crianças de 6 anos de idade na rede pública de ensino de São Carlos (SP), destaca essa fase em que a criança, até os 8 anos de idade, constrói, com a ajuda dos professores, a autonomia em leitura, escrita e em conhecimentos básicos que envolvam números e pequenas operações matemáticas.
De acordo com Rafaela, o contato com as primeiras letras pode começar com uma boa história, e isso desde os primeiros meses de vida. “Mesmo que a criança não saiba ler, é possível conversar com ela sobre uma história”, afirma. “Quem foi o personagem principal e o que aconteceu na história com determinado personagem.”
Nessa etapa da educação, o enfoque é a apresentação do aluno ao mundo letrado. É a última etapa antes da alfabetização propriamente dita. A professora revela que costuma explorar linguagens diferentes em uma roda de conversa com seus pequenos alunos. “Por exemplo, trabalhar uma receita culinária, o que tem nesse gênero, quais as suas características”, destaca. “Mesmo ela não sabendo ainda ler, ela conhece esse tipo de portador textual.”
Na educação infantil, de acordo com Rafaela, o professor orienta o aluno, quando ele aprende a escrever o nome, sobre a questão da identidade: qual a primeira letra do próprio nome e qual a primeira letra do nome do colega.
Rafaela aposta também nos meios digitais para aprimorar esse processo de aprendizagem. “Na nossa escola, temos os netbooks, fornecidos pela prefeitura, que contêm jogos interativos para trabalharmos com as crianças”, afirma. “Meus alunos sabem usá-los bem. Esse tipo de ferramenta vem em auxílio do professor.”
Rafaela afirma que o município tem investido na qualificação do professor para que estes estejam capacitados a adotar nas aulas as tecnologias a serviço da educação. “Aqui em São Carlos houve uma formação para os professores sobre o uso da lousa digital, existente em algumas escolas”, diz. “Ela ajuda a criar joguinhos interativos no computador, de acordo com o projeto em que estivermos trabalhando. As crianças amam quando trabalhamos com o netbook.”
Para a professora, alfabetização representa um momento mágico na vida de uma pessoa. “A alfabetização permite à criança a inserção, de certa maneira, nesse mundo letrado em que vivemos”, afirma. “Ela pode pegar um livro e ler ou, se sair com a mãe ou com o pai, consegue ler uma placa, identificar um ônibus. Para a criança, pelo menos para os meus alunos, é uma magia aprender a ler.”
O Brasil tem hoje mais de 7,9 milhões de estudantes matriculados na educação infantil. A maior parte das crianças em creche e pré-escola está vinculada à rede municipal de ensino, que atende a mais 5,5 milhões de alunos.
Assessoria de Comunicação Social