Programação especial celebra o Dia da Consciência Negra
No Dia da Consciência Negra, celebrado nesta segunda, 20, a TV Escola terá uma programação especial. Serão exibidos documentários, séries e entrevistas que destacam a reflexão sobre a importância do povo africano para a formação do Brasil. A data, estabelecida como efeméride escolar em 2003 e instituída por lei federal em 2011, refere-se ao dia da morte de Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares, em 1695.
Parte da série Conhecendo Museus, o especial Museu Afro Brasil é um dos destaques, entrando no ar às 17h. É em meio à valorização da história africana e afro-brasileira que nasce, em 2004, o Museu Afro Brasil. O contraste do verde e do cinza da capital paulista cercam o museu, que abriga mais de 5 mil obras, sendo 2.163 doadas pelo artista plástico Emanoel Araújo, que teve a ideia de criar o museu e hoje é seu curador.
A seguir, às 17h30, um episódio especial da série Arquiteturas tem como tema o Pelourinho, um dos maiores símbolos da Bahia, situado no centro histórico de Salvador. O programa destaca o rico estilo colonial português do Pelourinho e da Igreja de Santo Antônio Além do Carmo, que remontam às influências árabe e moura do período de ocupação da Península Ibérica.
Com a revitalização, em 1985, problemas como a realocação dos moradores e alteração de parte da arquitetura original foram, e ainda são, objeto de discussão entre os que defendem a modernidade e os que buscam preservar a paisagem arquitetônica. Os entrevistados são o artista plástico Washington Arléo e o cineasta Paulo Marques.
Racismo – O programa Salto para o Futuro também terá um episódio produzido especialmente para a data, propondo uma reflexão sobre as origens do racismo no Brasil. Exibido a partir das 19h, o programa discute como o racismo afeta as relações em nossa sociedade e, por meio da história das relações étnico-raciais, propõe caminhos que deixem para trás toda e qualquer forma de discriminação racial.
Os convidados são Frei Tatá, da Ordem dos Frades Menores, e Claudielle Pavão, professora de história e integrante do Coletivo Intelectuais Negras, que também analisam o papel da escola quando o assunto é a valorização da diversidade que forma a identidade do povo brasileiro.
Democracia racial – Dirigido pelo cineasta Sandro Lopes, o documentário O lá e o aqui vai ao ar nesta segunda, às 20h. O programa dá voz a estudantes estrangeiros que vieram ao Brasil com o objetivo de complementar seus estudos e pesquisas. São jovens oriundos de diversos países do continente africano que se lançaram numa aventura em terras brasileiras. Longe de seus hábitos, costumes, valores, familiares e de suas redes de proteção, depositaram sonhos, expectativas e energias em um Brasil idealizado.
Os registros do documentário incidem sobre o mito da democracia racial, o qual, apesar do reconhecimento do racismo na sociedade brasileira, persiste trazendo inúmeras contradições para um projeto antirracista no Brasil. O programa tem 22 minutos de duração e foi finalizado em setembro deste ano.
Lenda – A programação da TV Escola inclui ainda uma animação baseada em uma lenda africana sobre a história de um menino que perde a mãe. Ela se transforma em um instrumento antecessor do berimbau, chamado hungu. Sua música trará força e vida ao filho quando ele se tornar um homem. Hungu terá exibição às 20h25.
Já Mulher, o Pilar Africano é um documentário que usa a economia como pano de fundo para tratar da questão de gênero na África, onde as mulheres respondem por quase a totalidade da produção e não detém absolutamente nada da riqueza desses países. O quadro é mais assustador quando envolve questões de saúde e de abuso sexual. Participa a ganhadora do Prêmio Nobel da Paz Wangaari Maathai e de seu Movimento Green Belt, que paga por muda de árvore plantada por mulheres, baseando-se na atuação e na solidariedade para gerar renda e promover a sustentabilidade, reflorestando parte da África. Será a partir das 20h30.
Para encerrar, a TV Escola exibe, às 21h30, o documentário 9º andar, sobre o protesto contra a discriminação racial na Universidade Sir George Williams, em Montreal, Canadá, no ano de 1969. O ato teve início com o tratamento preconceituoso adotado por um professor de biologia em relação a alunos caribenhos. Indignados com a situação, eles pressionaram a administração para que fossem tomadas atitudes punitivas. A inércia da instituição levou os alunos a adotarem determinadas medidas que tomaram grande proporção. Quatro décadas depois, o vídeo reabre os arquivos desse incidente, que foi divisor de águas nas relações raciais daquela nação.
Assessoria de Comunicação Social