Implantação das disciplinas de sociologia e filosofia deve ser gradativa
O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse na quarta-feira, 7, que é favorável à implantação das disciplinas de sociologia e filosofia nas escolas públicas de ensino médio, desde que de forma gradual e dando liberdade aos sistemas para organizar os prazos e a carga horária.
O anúncio foi feito em reunião com representantes de alunos, professores, Conselho Nacional de Educação, deputados, trabalhadores em educação e em estabelecimentos de ensino que vieram ao MEC pedir apoio para a modificação do projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados. Com o projeto da forma que está – prevendo oferta obrigatória e compulsória do ensino de sociologia e filosofia –, informou o secretário de Educação Básica, Francisco das Chagas, não tem acordo, pois os sistemas de ensino não têm estrutura e nem professores para garantir sua execução. O passo que precisa ser dado, sugere o movimento de entidades, é o governo, o CNE e os que são favoráveis a implantação das duas disciplinas construírem com os deputados um acordo que torne obrigatória a oferta, mas flexível quanto ao tempo de implantação e a carga horária.
Ao defender e concordar com o movimento pró-ensino de sociologia e filosofia de forma gradativa, o ministro Haddad lembrou das dificuldades que ainda têm os sistemas estaduais e municipais para levar o ensino médio às escolas rurais e o próprio MEC para estender a oferta do livro didático a todas as disciplinas do ensino médio. Hoje, disse, o ministério distribui livros de matemática e português e em 2007 distribuirá, também, o de biologia, mas ainda faltam livros de quatro disciplinas para atender plenamente as necessidades dos estudantes.
Ao final do encontro, Fernando Haddad se comprometeu com as entidades da educação em levar ao presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo, e ao líder do governo na Câmara, Arlindo Chináglia, pedido para que o projeto de lei seja incluído na ordem do dia e que seja votada a emenda que flexibiliza a aplicação da lei nos estados.
Ionice Lorenzoni