Professor faz da arte um estímulo para seus alunos e recebe convite para expor no Louvre, em Paris
Despertar o interesse de jovens estudantes para a arte, o senso crítico e a criatividade é a missão de Octávio Rold, artista plástico e professor de uma escola pública do Distrito Federal. O trabalho paralelo acabou levando o docente a expor suas aquarelas em um dos mais importantes museus do mundo, o Louvre, em Paris. O pintor é o convidado da edição desta quinta-feira, 6, do programa Educação no Ar, produzido pela TV MEC e transmitido pela NBR.
Octávio conseguiu levar suas obras a um dos mais cobiçados espaços do planeta por pura insistência. “Esse convite aconteceu após uma tremenda cara de pau mesmo”, conta Rold. “Fiquei sabendo que existia o Carrossel do Louvre, um espaço para arte contemporânea profissional dentro do museu. Entrei em contato com a comissão curadora e falei sobre meu trabalho, minha trajetória artística, contando sobre essa minha ‘dupla personalidade’, a de professor e artista. Eles acabaram apreciando meu trabalho e me convidaram em dezembro de 2017 a fazer uma exposição em outubro de 2018”, conta Rold.
O brasiliense descreve a experiência no Velho Continente como inesquecível. “Foi uma sensação mágica. É o sonho de qualquer pintor. Conhecer Paris é uma coisa incrível, a cidade tem uma estética maravilhosa, e saber que eu estava indo lá para expor no maior museu de arte do mundo, dividindo o espaço físico com a Monalisa, por exemplo é... Não tenho palavras.”
Os famosos monumentos de Brasília inspiraram vários trabalhos de Octávio. “Sou brasiliense. Brasília sempre me inspirou, tem uma arquitetura muito singular e gosto de representá-la no meu trabalho. Gosto de brincar com a questão da releitura. Eu geralmente pego o monumento e retiro o contexto dele. O Museu Nacional, por exemplo, coloquei no meio de uma floresta. É um novo olhar sobre esses monumentos”, explica.
Inspirador – O professor leva muito a sério a importância das artes dentro das escolas e faz questão de despertar a criatividade dos alunos. “Acho fundamental trazer arte para dentro da sala de aula, até porque é uma maneira de se expressar. Fortalecendo o aluno por meio da arte, você talvez consiga mudar a vida, o destino desse aluno.”
Segundo Octávio, cada aluno consegue se expressar de uma maneira diferente, o que acaba criando vários tipos de dinâmica em sala. “A intenção é colocar os alunos para pôr a mão na massa. Um exemplo é o action paint, que é uma técnica que não exige saber pintar, desenhar ou usar pincel. Você só precisa da intenção, da tinta e da tela. A turma é dividida entre aqueles que vão escolher o nome, os que vão escolher as cores, os que vão escolher os sentimentos e os que vão se sujar (a técnica não usa pincéis). Eles se sujam e, a partir do tema, de tudo o que foi construído em sala de aula, eles projetam na tela.”
Assim como Octávio se inspirou na época da escola para construir seu futuro, ele acredita que pode fazer o mesmo atualmente, como professor. “A escola é como uma janela. Foi através da escola que hoje sou professor e artista e foi por meio da escola que tive contato com os movimentos artísticos. A arte é um mecanismo interessante para entrar na cabeça do aluno e fazê-lo refletir sobre várias questões. Percebo em vários alunos a tendência de se expressar mais que os outros e sinto que sou uma referência para eles. É legal poder incentivar esses alunos porque talvez eles tenham potencial”, destaca Rold.
Assessoria de Comunicação Social