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Educação básica

Municípios criam projetos para educar e ganham prêmios

  • Terça-feira, 12 de dezembro de 2006, 16h20
  • Última atualização em Quarta-feira, 23 de maio de 2007, 09h40

Foto: Júlio Cesar PaesA rede pública municipal de Sobral, no Ceará, reduziu de forma drástica o analfabetismo entre os alunos de 1ª a 4ª série do ensino fundamental nos últimos cinco anos. Em 2000, dos 18 mil alunos dessas séries, seis mil chegaram ao final do ano sem aprender a ler e a escrever. Em 2006, o número caiu para 696. A experiência de Sobral é uma das vencedoras do Prêmio Inovação em Gestão Educacional 2006, que será entregue nesta quarta-feira, 13, às 14h30, no Hotel Nacional, em Brasília.

Além de Sobral, outros nove municípios ganharão o prêmio de R$ 50 mil do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC). Os vencedores, entre 260 concorrentes, relatam experiências que atendem a alguns dos objetivos e metas do Plano Nacional de Educação (PNE). Assim, se destacaram trabalhos na perspectiva de democratizar a gestão da educação pública, melhoria da qualidade do ensino, aumento do acesso e da permanência do estudante na escola e redução das desigualdades sociais.

Sobral, município com 175 mil habitantes, deu prioridade em 2001 à alfabetização das crianças de 6 e 7 anos. O objetivo era cumprir duas metas entre 2001 e 2004: garantir a alfabetização no tempo certo (aos 6 e 7 anos) e alfabetizar os alunos matriculados de 2ª a 4ª série, que ainda não sabiam ler. O município tomou mais quatro decisões: renovou, em seleção pública, mais de 60% do quadro de diretores das escolas, onde um dos critérios era ter curso de gestão escolar; criou o Prêmio Escola Alfabetizadora, para professores de alfabetização de crianças de 6 e 7 anos e de turmas de 2ª a 4ª série; fortaleceu a capacitação continuada dos professores; e implantou a avaliação externa obrigatória e regular.

Os resultados dessa política municipal foram aparecendo. Em 2004, por exemplo, a rede municipal alcançou o percentual de 92% de crianças alfabetizadas no final da 1ª série regular, alunos com 7 anos; na 1ª série básica, crianças com 6 anos, o índice foi de 89,1% de alfabetização.

Curvelândia − Município pequeno, com menos de cinco mil habitantes, Curvelândia, em Mato Grosso, criou oficinas de futebol de salão, voleibol, violão e pintura para os filhos de cortadores de cana-de-açúcar que, depois do turno escolar, perambulavam pelas ruas ou ficavam em casa, assistindo à televisão. As oficinas são para jovens e crianças matriculados na rede municipal. Cada aluno pode se inscrever em duas modalidades.

Os resultados da experiência são relatados pelos pais e professores: alunos concentrados nos estudos, superação de dificuldades de comunicação e timidez, aumento da freqüência escolar. Curvelândia atende à meta do PNE de redução do abandono escolar e de melhoria da qualidade do aprendizado.

Três Passos − Outra experiência premiada vem de Três Passos, no Rio Grande do Sul, município com 23 mil habitantes que tem sua economia baseada na agricultura familiar. Com a agricultura em crise por sucessivas secas, o município passou a vivenciar o problema da migração dos jovens para as cidades. Para estancar a situação, a prefeitura construiu o projeto Semeando, que reúne as secretarias de educação, agricultura e saúde num trabalho articulado que atende a famílias com filhos em escolas distribuídas em cinco pólos agrícolas. Cada pólo tem um técnico agrícola que trabalha em conjunto com os professores na preparação de aulas, palestras, cursos para jovens agricultores. A parceria tem o apoio da Emater/RS, do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais.

O Semeando é dirigido a alunos de 7ª e 8ª série do ensino fundamental. No horário alternativo ao turno escolar, eles aprendem técnicas sobre bovinocultura, horticultura, fruticultura e agroecologia. Também desenvolvem atividades voltadas para a agricultura sustentável, consumo responsável, empreendedorismo rural. A atividade resgata a auto-estima dos filhos dos agricultores e desencadeia um processo onde os filhos levam conhecimentos aos pais. Entre os resultados obtidos destaca-se o aumento da produção de leite, que passou de cinco milhões de litros por ano em 1998 para mais de 14 milhões de litros/ano em 2006. Dentro do PNE, o projeto contribui para a melhoria da qualidade do ensino.

As outras experiências premiadas são dos municípios de Joinville (SC), São Gabriel do Oeste (MS), São Mateus (ES), Rio Branco (AC), Amparo (SP), Ponta Grossa (PR) e Igrejinha (RS).

Ionice Lorenzoni

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