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Educação básica

Sonho de educadora virou realidade

  • Terça-feira, 09 de outubro de 2007, 06h39
  • Última atualização em Quinta-feira, 18 de outubro de 2007, 14h32

Tampas de garrafas PET auxiliam a alfabetização das crianças com baixa visão. (Foto: João Bittar)Rio Branco - Em 1988, uma professora lutou pela implantação de uma escola no bairro do Palheiral, na periferia de Rio Branco, capital do Acre. Na época, o bairro era habitado por uma comunidade de agricultores que tinham deixado a zona rural de Rio Branco e de municípios vizinhos. Maria Raimunda Balbino foi assassinada pelo marido antes de ver as crianças do Palheiral em uma sala de aula. Dois anos após a morte, em 1990, foi erguida uma escola, que recebeu seu nome.

Apesar das instalações simples, a escola, modelo no estado, obteve a melhor avaliação no índice de desenvolvimento da educação básica (Ideb) do Acre. A nota da escola é de 5,0; a média nacional, de 3,8.

Orgulho é a palavra que melhor define o sentimento dos que trabalham na Escola Estadual Maria Raimunda Balbino. Professores, funcionários, pais e alunos estão satisfeitos com os resultados. Os problemas, quando surgem, logo são resolvidos. A professora Maria Arleide Souza Corrêa, por exemplo, não estava feliz com o índice de reprovação da escola, que atende 625 alunos da primeira à quarta série do ensino fundamental. Em 2005, Arleide implantou aulas de reforço para os alunos que não apresentavam bom desempenho em sala de aula. Desde então, no mínimo três vezes por semana, a professora atende de quatro a cinco alunos por vez para sanar dúvidas e reforçar a alfabetização. “Conseguimos reduzir o índice de reprovação, que era de 5% em 2005, para 3,9% em 2006”, relata.

Apesar do bom resultado com as aulas de reforço, as dificuldades da escola não acabaram. Ao trabalhar com as crianças que precisavam de mais atenção, Arleide percebeu que havia um desafio ainda maior a ser enfrentado. Muitas apresentavam déficit de aprendizagem, conseqüência de problemas emocionais, auditivos ou de baixa visão, dentre outros. A professora Maria do Rosário Souza de Almeida, que dava aulas na terceira série, passou então a se dedicar inteiramente à inclusão daquelas com necessidades especiais, enquanto Arleide se concentrava nas aulas de reforço para alunos em fase de alfabetização. “É um trabalho de muita insistência. Tento unir a parte pedagógica à medicina, com o auxílio de profissionais do posto de saúde do bairro e dos pais”, explica Maria do Rosário.

Maiara Kaes, de dez anos, que tem problemas de baixa audição, chegou à escola há três anos. Com a ajuda dos profissionais do posto de saúde, Maria do Rosário teve em mãos um diagnóstico, que serviu de base para a montagem de um plano de aula específico. Hoje, Maiara já sabe ler. “Trabalhar com crianças é ver o impossível”, garante a professora.

Patrícia Castro de Oliveira, também de dez anos, ainda não sabe ler, mas há dois meses é acompanhada por Maria do Rosário. “Quero muito aprender”, conta a aluna, que tem déficit de aprendizagem. Se depender do empenho dos professores, não demorará muito para ela alcançar o objetivo. “Estamos empenhados em fazê-la ler e escrever”, ressalta a professora.

Meta — Inspirados pela educadora Maria Raimunda, que tinha o sonho de ver uma escola para as crianças da periferia de Rio Branco, professores e pais esquecem as dificuldades e seguem com dedicação e fé. Há quatro anos na direção, Rosenilda Pacífico espera superar as metas estabelecidas pelo Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE).

“Já temos um desempenho melhor do que a média nacional e vamos chegar à nota sete no Ideb quando a meta para o Brasil for seis”, garante Rosenilda.

Ana Guimarães

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