Tomam posse 611 diretores de escolas
A diretora do Centro de Ensino Médio de São Sebastião (DF), Ineide Cunha, orgulha-se por ter sido escolhida para ocupar o cargo em razão de sua competência e com apoio da comunidade. Ela e outros 610 colegas participaram nesta terça-feira, 8, no Centro de Convenções de Brasília, da cerimônia de posse dos diretores selecionados em concurso público para dirigir as escolas da rede de educação básica do Distrito Federal.
Na visão do ministro da Educação, Fernando Haddad, que participou da cerimônia, o processo democrático vigente no Distrito Federal vai ao encontro da postura adotada pelo MEC, em que são estabelecidas metas de qualidade para assegurar o direito de aprender de cada criança. “Não queremos apenas que as crianças estejam na escola, mas que também aprendam”, ressaltou.
Pelo novo modelo de gestão escolar do Distrito Federal, os diretores deixam de ser indicados e concorrem à vaga por meio de provas objetivas – com foco na gestão escolar – e de provas de títulos, em que são avaliadas, por exemplo, a formação e a experiência dos educadores. Além disso, os candidatos precisam apresentar um plano de trabalho à comunidade escolar, e a permanência no cargo – o mandato é de quatro anos – depende do alcance de metas qualitativas, avaliadas a cada dois anos. Entre as metas, estão a redução em 20% do número de alunos defasados na relação idade-série e o aumento, na mesma proporção, do número de estudantes aprovados.
Para a diretora Ineide, diminuir a repetência em sua escola será o maior desafio dos próximos dois anos à frente da escola, que atende 2.480 alunos. “Apostaremos na motivação dos alunos e dos professores para vencer as dificuldades”, planeja.
A nova gestão das escolas do Distrito Federal inclui a autonomia escolar, em que a própria escola assume a tarefa de controlar um orçamento mensal para pequenas despesas, como gastos com limpeza, reparos e pagamento de contas de água, luz e telefone. As escolas, que recebiam R$ 8 mil em parcela única anual e dependiam de licitação para qualquer ação que envolvesse recursos financeiros, agora contarão com até R$ 80 mil por ano distribuídos mensalmente.
“O modelo é arrojado porque combina mérito do educador, participação da comunidade e acompanhamento do trabalho, feito a partir de metas de qualidade”, avalia Haddad. Para ele, as metas estabelecidas pelo governo do Distrito Federal detalham aquelas já previstas no Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE).
“Todas as metas do PDE vêm sendo seguidas à risca pelos prefeitos e governadores”, destacou o ministro. Os governos que aderem ao plano se comprometem a seguir 28 diretrizes previstas no Compromisso Todos pela Educação e cerca de 40 ações do PDE para elevar a qualidade do ensino em todo o país. O processo de escolha democrática do diretor escolar é uma novidade no Distrito Federal e é uma das diretrizes do Compromisso Todos pela Educação.
Maria Clara Machado