Craques na matemática são premiados

Rio de Janeiro — André Macieira da Costa, de Minas Gerais, Camila Ramalho Almeida, da Bahia, e Marcelo Silveira Pereira, do Ceará, foram os representantes dos medalhistas da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) que tiveram encontro na manhã desta terça, 26, no Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), no Rio de Janeiro, com o ministro da Educação, Fernando Haddad. Cerca de 200 medalhistas reuniram-se com ministro na manhã de hoje. Eles estão na cidade para participar, à tarde, da cerimônia de premiação da edição de 2007, que terá a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
Os representantes falaram da importância da Obmep como forma de incentivar o ensino da matemática. “A matemática precisa deixar de ser a vilã das matérias. Pode ser divertida e trazer reconhecimento ao aluno”, disse Camila. Para Marcelo, a disciplina nunca é citada como a melhor. Segundo ele, os alunos sempre falam nas outras matérias e fazem da matemática “a pior do mundo”. Ganhador de medalhas nas três edições, André afirma que o incentivo ao estudo da matemática passa pela Obmep.
Segundo os medalhistas, as fórmulas para a boa participação nas olimpíadas são conseqüência das boas notas na escola: bons professores, estímulo dos pais desde cedo e não olhar a disciplina como algo muito difícil.
O ministro Fernando Haddad lembrou-se de um professor de matemática que trabalhava a questão de forma lúdica e desafiadora ao salientar que a olimpíada, com o foco na matemática, contribui para ampliar o horizonte da educação brasileira. Falou ainda da Olimpíada da Língua Portuguesa, lançada nacionalmente no dia 19. De acordo com o ministro, as duas olimpíadas, compreendidas no Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), ajudam a qualificar a educação brasileira.
De forma descontraída, Haddad disse aos estudantes que era mais difícil estar ali como vencedor da Obmep do que na Seleção Brasileira — uma alusão ao fato de 17 milhões de alunos terem participado da olimpíada. Segundo ele, o desafio do Ministério da Educação é fazer o resultado dos medalhistas chegar a todas as escolas públicas do país.
Ao final, indagado por um aluno sobre a questão da formação de professores, Haddad relatou todo o esforço do MEC nesse sentido, com a criação do piso nacional e com o trabalho da Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC), que terá como nova função formular a política de preparação de professores da educação básica. Um dos exemplos citados foi a Universidade Aberta do Brasil (UAB), que tem como prioridade a formação de professores para essa etapa do ensino.
Recorde — A terceira edição da Obmep teve um número recorde de participantes. Estiveram envolvidos 17,3 milhões de alunos, 38,5 mil escolas e 98% dos municípios do país. A competição foi criada em 2005 para estimular o estudo da matemática e identificar jovens talentos. A primeira Obmep teve a participação de 10,5 milhões de alunos de 31 mil escolas. A segunda edição contou com 14 milhões de estudantes de 32,6 mil instituições de ensino.
Além das medalhas de ouro, prata e bronze para os vencedores, todos os premiados receberão bolsas de iniciação científica do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Também serão concedidos certificados de menção honrosa a até 30 mil alunos.
A iniciativa é dirigida a alunos da quinta à oitava série (sexto ao nono ano) do ensino fundamental e a alunos do ensino médio das escolas públicas municipais, estaduais e federais. A inscrição é feita pelas escolas, que concorrem a prêmios, assim como professores e municípios. Os professores são contemplados com cursos de aperfeiçoamento e as escolas, com computadores portáteis e livros. Os municípios com maior pontuação recebem troféus.
A ação é promovida pelos ministérios da Ciência e Tecnologia e da Educação, em parceria com o Impa e a Sociedade Brasileira de Matemática (SBM).
Assessoria de Comunicação Social