Mudanças para a educação brasileira
Novas propostas para a educação brasileira foram apresentadas nesta segunda-feira, 1º, pelo ministro Fernando Haddad, em entrevista concedida ao programa Painel RBS. Haddad defendeu mudanças nas normas do programa de Financiamento Estudantil (Fies) como, por exemplo, a extensão do financiamento para cursos de mestrado e doutorado e o pagamento facilitado da dívida para estudantes que optem por carreiras do magistério. “Os professores poderiam pagar trabalhando em escolas públicas”, defendeu o ministro.
A ampliação do acesso à educação superior foi uma das questões mais levantadas pelo público presente à entrevista. Em resposta, o ministro falou sobre os cinco programas que, juntos, facilitaram o acesso a cursos de graduação em instituições públicas e privadas — o Programa Universidade para Todos (ProUni), o Financiamento Estudantil (Fies), o Programa de Apoio a Planos de Expansão e Reestruturação das Universidades Federais (Reuni), a Universidade Aberta do Brasil (UAB) e a expansão das escolas técnicas brasileiras. “Estamos tratando da redemocratização do acesso à educação neste país”, ressaltou.
O ministro apresentou, ainda, estratégias desenvolvidas para elevar a qualidade da educação básica, uma das principais metas do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). A criação da UAB, que oferece cursos a distância proporcionados por universidades públicas para professores da educação básica, é um exemplo. “Esses cursos são para formar preferencialmente professores que estão atuando nas escolas públicas do país”, explicou. A iniciativa foi apresentada como uma das medidas tomadas para que as universidades públicas “assumam sua responsabilidade no que se refere à qualidade da educação básica”. Outro programa desenvolvido com essa temática é o Reuni, que irá dobrar o número de vagas de licenciaturas em todo o país. “Nossas universidades formavam os professores das escolas particulares”, reclamou.
Avaliação — Os cursos a distância também foram assunto de interesse durante a entrevista. A exemplo do que foi feito com os cursos de direito, os cursos de educação a distância terão sua qualidade avaliada pelo MEC. “A avaliação dos cursos de direito resultou no fechamento de 25 mil vagas em cursos que não tinham qualidade adequada”, esclareceu o ministro. O mesmo processo deve ser feito, segundo Haddad, com os cursos a distância. “Os cursos fornecidos pelas universidades públicas são bons, os alunos demonstram bom desempenho”, afirmou.
Enem — A qualidade do ensino médio, visto por especialistas como o elo frágil da educação brasileira, é uma das questões que está sendo considerada para a reformulação do Exame Nacional do Ensino Médio. O ministro Fernando Haddad adiantou mudanças que devem ser feitas, a partir de 2009, no exame. A intenção é que as provas possam fornecer uma nota que seja comparada de um ano para o outro. “Esse instrumento permite um diagnóstico do ensino médio, mas ainda não podemos avaliar os resultados de um ano para o outro”, explicou Haddad. O ministro comemorou a participação recorde deste ano no Enem, que teve mais de quatro milhões de inscritos.
Ana Guimarães