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Educação superior

Universidade da Lusofonia vai receber estudantes do Timor

  • Sexta-feira, 23 de março de 2012, 18h19
  • Última atualização em Sexta-feira, 23 de março de 2012, 18h31
Timorenses que estudarão na Unilab farão um curso intensivo de língua portuguesa (Foto: Arquivo Unilab)  A partir desta sexta-feira, 23, a cidade de Redenção, no Ceará, será o município brasileiro com maior concentração de cidadãos do Timor Leste, país de língua portuguesa do sudeste asiático. É que nessa data chegam 69 jovens timorenses selecionados para estudar na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab). Até então, residiam no Brasil apenas 40 timorenses.

Com idade entre 20 e 22 anos, os alunos que chegam ao Brasil já cursaram um semestre letivo na Universidade Nacional do Timor Leste (Untl). Na Unilab, 30 deles farão o curso de licenciatura em ciências e matemática, dez vão para a engenharia de energias, dez para agronomia, dez para administração pública e nove para enfermagem.

Com a vinda desse grupo de universitários, a Unilab terá em seus cursos, neste trimestre, 105 estrangeiros. Além dos timorenses, estudam na instituição cidadãos de cinco países africanos de língua portuguesa – Angola, Cabo Verde, Guiné-bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe.

De acordo com a pro-reitora de graduação da Unilab, Jaqueline Cunha da Serra Freire, nos últimos três meses, os timorenses participaram de um curso intensivo de língua portuguesa, promovido pela embaixada do Brasil naquele país e patrocinado pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério das Relações Exteriores. O objetivo do curso foi fortalecer o conhecimento do português.

O Timor-Leste tem duas línguas oficiais, o português e o tétum. Colonizado por Portugal, o país viveu entre 1975 e 1999 sob o domínio da Indonésia, que proibiu o uso do português e impôs a sua língua, falada pela maior parte da população. Apenas uma pequena parcela, entre 10% e 20%, fala português. Após a independência, em maio de 2002, o Brasil assinou dois acordos com o país, de cooperação educacional e cooperação técnica. Um dos objetivos é retomar a língua portuguesa.

Missão – Para o reitor da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, Paulo Speller, a ampliação do número de estrangeiros significa que a missão legal e institucional da Unilab está sendo cumprida. Segundo o reitor, a relação de vagas ocupadas por brasileiros ainda é muito superior à de estrangeiros, mas esses números devem se equilibrar em pouco tempo. Pela lei que criou a Unilab, 50% das vagas se destinam a brasileiros e 50% a estudantes de países africanos e asiáticos de língua portuguesa. A nação que mais procura vagas na instituição é a Guiné-Bissau. Na seleção realizada para ingresso em março deste ano, o país teve 240 inscritos.

Na avaliação de Speller, apesar de decorridos apenas 20 meses desde a criação da universidade, ela deu passos importantes no período. Um avanço foi a ampliação do número de cursos na seleção de 2012, de cinco para sete, com a criação de uma licenciatura em letras e um bacharelado interdisciplinar em ciências humanas. O próximo salto será o aumento do número de ingressantes. Hoje, a Unilab tem 350 universitários, mas deve chegar ao final do ano com cerca de 1 mil, segundo o reitor.

Integração – Diferente da maioria das universidades públicas brasileiras, a Unilab trabalha com calendário de quatro trimestres, sendo que os meses de dezembro, janeiro e fevereiro são dedicados aos campos das artes, da cultura, ao estudo de línguas, e de disciplinas optativas. O trimestre cultural atende também o objetivo de ampliar as possibilidades de integração entre universitários e professores e, destes, com a cidade.

As atividades são abertas a estudantes, à comunidade e a alunos de outras instituições de ensino superior. Todos os conteúdos são ministrados por professores convidados e visitantes. Nesse período também é possível ao estudante da Unilab refazer alguma disciplina que não tenha obtido nota suficiente no trimestre anterior.

Histórico – Com sede em Redenção, cidade distante 63 quilômetros de Fortaleza, a Unilab foi criada pela Lei nº 12.289, de 20 de julho de 2010, e a primeira turma ingressou na graduação em maio de 2011. A missão da universidade é promover a integração do Brasil com os países de língua portuguesa pela via da educação.

Ionice Lorenzoni

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