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Educação superior

Escola de Mato Grosso ensina a matemática da conservação

  • Terça-feira, 16 de agosto de 2005, 07h44
  • Última atualização em Segunda-feira, 14 de maio de 2007, 11h00

Para quem acredita que educação ambiental só se faz nas aulas de ciências e artes, José Mendonça da Silva, conhecido como professor Bonança, da Escola Municipal Professor Benjamin de Pádua, em Alta Floresta, mostra que a matemática pode estimular a conservação dos recursos naturais.

“Trabalhar álgebra é uma coisa complicada, ensinar fórmulas, esse tipo de coisa”, relata o professor Bonança. O que a gente fez foi aproximar esses conteúdos do cotidiano dos estudantes”. Com essa idéia, as aulas de matemática serviram para calcular as áreas de preservação permanente das nascentes. O trabalho exigiu, além de muita fórmula, estudos sobre as nascentes: o que são, como é feita a recarga das águas subterrâneas e a importância da preservação das matas ciliares.

Os estudantes gostaram da experiência. Durante a feira de ciências da escola, na última sexta-feira, dia 12, demonstraram grande entusiasmo com a proposta. “A gente nunca tinha trabalhado matemática e ciência, é uma experiência nova”, relata Jéssica Aparecida de Carvalho Duarte, 13 anos, do terceiro ciclo, acrescentando que, depois do conteúdo estudado, ficou com vontade de conhecer uma nascente pessoalmente: “Deve ser emocionante.”

Desperdício – Ao executar o trabalho em toda a escola, a proposta interdisciplinar se reflete no projeto demonstrativo do professor Rosinei Francisco de Lima. Ele e um grupo de adolescentes montaram um sistema de tanques de recolhimento da água do bebedouro, para mostrar a todos o volume do desperdício. A água é recolhida em um tanque, ligado por desnível a outro; quando o segundo enche, transborda, mostrando que o nível de desperdício está alto demais. “Em três meses, reduzimos a conta de água da escola em R$ 300”, conta Rosinei Francisco.

Parte da água é usada para regar o jardim comestível, conectando-se com outro projeto da escola, no pátio interno localizado nos fundos do prédio. Até 2000, o local era usado para queima do lixo da escola. Com a assinatura do Protocolo do Fogo naquele ano, a instituição aboliu o fogo e o espaço começou a ser recuperado. Hoje, abriga um lago artificial e canteiros com árvores frutíferas e diversas plantas, todas cuidadas por professores e alunos.

A estudante Bruna Pinheiro, de 9 anos, da turma da professora Eliana Barreto, disse que o seu avô planta mandioca e “juntava todas as folhas e botava fora. Depois que aprendi a usar o mulch, eu falei para ele não jogar mais fora e usar para proteger o solo”. Mulch é uma técnica que usa materiais como palha, serragem e folhas espalhadas na superfície do solo, para protegê-lo dos impactos diretos das gotas de chuva e raios de sol.

Para o professor Bonança, o resultado é dos mais promissores, tanto que está planejando utilizar o tema recursos hídricos para trabalhar matemática financeira, com a última fase do ensino fundamental. “Vamos tentar associar a vazão de uma nascente com o nível de consumo”, adianta.

Pelo interesse dos estudantes, a matemática da conservação está dando resultado. Exemplo disso é a reflexão de Larissa Ferreira de Sousa, 12 anos: “É importante preservar as nascentes, senão diminui a água, a população aumenta... a gente precisa de água para sobreviver”. (Assessoria de Comunicação Social da UFMT)

Assunto(s): mec , notícias , jonalismo , matérias
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