Diretrizes para licenciatura indígena começam a ser definidas
A efetiva participação dos indígenas tanto na gestão das escolas quanto na formação de educadores são dois dos pontos principais das diretrizes curriculares para cursos de licenciatura intercultural de professores indígenas. O documento, com 12 itens, menciona também a importância do uso das línguas nativas no processo educacional. Foi produzido na segunda-feira, 22, em uma oficina de trabalho que reuniu representantes do Ministério da Educação, Conselho Nacional de Educação (CNE), Fundação Nacional do Índio (Funai) e universidades. Eles voltam a se reunir na próxima semana.
Segundo Renata Gehard Bondim, consultora da Secretaria de Educação Superior (SESu/MEC), a educação escolar indígena é intercultural. “É grande a necessidade dos estudantes indígenas avançarem no estudo além do ensino fundamental”.
Atualmente, apenas duas instituições de ensino superior no país desenvolvem cursos de licenciatura para a formação de professores indígenas: a Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat), onde a primeira turma vai se formar em 2006, e a Universidade Federal de Roraima (UFR), que formará 120 professores em 2007.
Há no Brasil cerca de 180 povos indígenas, falando aproximadamente 220 línguas diferentes. “A educação intercultural tem de levar em conta essa riqueza de diversidade, e isso para a formação dos professores é preponderante”, afirmou Renata Bondim. De acordo com Chikinha Paresi, representante indígena no CNE, é grande a demanda de professores indígenas no ensino médio e fundamental.
Repórter: Sonia Jacinto