Ministro fala em rombo estratosférico e diz que são necessárias mudanças para garantir eficiência
Em reunião com representantes da Associação Comercial de São Paulo, nesta segunda-feira, 28, na capital paulista, o ministro da Educação, Mendonça Filho, garantiu que programas de acesso à educação superior, como o Universidade para Todos (ProUni) e o Programa de Financiamento Estudantil (Fies) serão mantidos no próximo ano, porém devem ser modificados para garantir sustentabilidade e eficiência.
“Pretendemos reformular o Fies, garantindo a saúde financeira e o equilíbrio necessários. De acordo com dados publicados recentemente pelo Tribunal de Contas da União, o que se projeta [para o Fies] é um rombo estratosférico de abalar a República”, salientou o ministro. Há pouco mais de um mês, o Congresso aprovou projeto de lei e liberou crédito suplementar de R$ 702,5 milhões para a renovação de contratos do Fies.
Ainda segundo Mendonça Filho, o MEC está focado em concluir obras de expansão das universidades e instituições federais que estavam atrasadas desde o ano passado. Essa é uma das medidas adotadas pela nova gestão desde que assumiu o ministério, em maio deste ano. Mendonça lembrou a situação de contingenciamento de R$ 6,4 bilhões em que encontrou a pasta da Educação ao assumir o MEC. O atual governo conseguiu praticamente reverter o cenário, com mais R$ 4,7 bilhões, e assim seguir adiante com programas e ações.
Novo Ensino Médio - A adoção de um novo ensino médio e do ensino em tempo integral em todo o país foi outro tema abordado durante o encontro em São Paulo, e que estão entre as prioridades do MEC. Para o ministro, a experiência de Pernambuco – que alavancou a educação e o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do estado – comprova o êxito de tais propostas. “Passados 13 anos e sucessivos governos atuando nessa mesma direção, nós conseguimos ocupar hoje a primeira posição, ao lado de São Paulo, em termos de desempenho de Ideb de ensino médio. Eu credito isso ao êxito da educação de tempo integral para o ensino médio que foi iniciado há menos de 15 anos, ainda na nossa gestão no governo pernambucano.”
A reforma do ensino médio, que está em análise no Congresso Nacional também foi defendida pelo ministro. Segundo ele, um dos pontos críticos é o currículo fixo durante os três anos. O novo plano apresenta um modelo flexível, seguindo a tendência mundial. “O Brasil tem um ensino médio que é determinado, fixo para qualquer estudante, e que tem que seguir aquela mesma base, em que o mundo todo pratica um ano de base comum curricular e com flexibilidade para que o jovem siga o seu itinerário formativo de acordo com sua vocação, vontade, e que naturalmente está ligado com aquilo que ele projeta para o seu próprio futuro”, explicou Mendonça.
A educação profissional é outro aspecto a ser fortalecido com a reforma do ensino médio no Brasil. De acordo com o ministro, o país oferta hoje apenas 8% das vagas na formação do ensino médio, aliada à formação técnica, enquanto que na Europa a média é superior a 40%. Mendonça Filho informou ainda que no começo do ano que vem anunciará medidas também para a alfabetização, que deverão ser adotadas em conjunto com os municípios. “A alfabetização também demonstra a falência da educação brasileira, apenas 11% das crianças do nosso país têm desempenho de nível 4, plenitude de alfabetização no terceiro ano do fundamental. O que pra mim é o retrato, mais uma vez, de uma falência completa do modelo educacional brasileiro”, lamentou o ministro.
Assessoria de Comunicação Social