Reitoras comentam desafios e conquistas nas universidades
Quando concluiu a graduação em geologia, na década de 80, a atual reitora da Universidade de Brasília (UnB), Márcia Abrahão, era uma das duas únicas mulheres de sua turma, à época, espaço representado pela maioria masculina. Ao assumir o cargo na UnB em novembro passado, tornou-se a primeira mulher à frente da reitoria da universidade, que tem 55 anos de história na capital brasileira.
Márcia ressalta que existe hoje uma grande quantidade de mulheres na universidade, dentre professoras, funcionárias e estudantes. “Chegar ao cargo de reitora significa uma grande expressão da competência”, avalia. A reitora acredita que a comunidade universitária já não faz tanta distinção entre homens e mulheres como ocorria no passado. Atualmente, o Brasil tem 63 universidades federais e em um terço delas o cargo máximo é exercido por mulheres.
Conquistas - Com mais de um século de existência, a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) também comemora a primeira mulher no cargo mais alto da instituição, Maria José de Sena. Para ela, a competência da mulher e a competência do homem se equivalem, somam e agregam.
“As conquistas são positivas. A mulher está conquistando seus espaços porque está se posicionando; está tomando postura de liderança: tenho competência, estou aqui porque sei como fazer e preciso ser respeitada como profissional e como mulher”, salienta a reitora pernambucana. Em sua visão, “é preciso coragem para continuar lutando e se posicionando em prol de assegurar os direitos da mulher na sociedade”.
Maria José lembra que a UFRPE tem várias ações de acolhimento à mulher. Dentre as iniciativas, destaca a oferta de auxílio-creche para as alunas que têm filhos pequenos, como forma de garantir a permanência na educação superior sem que a maternidade seja um impedimento.
Respeito - Engenheira metalúrgica de formação, a reitora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Wanda Hoffmann, também é a primeira mulher a assumir a instituição de ensino paulista, desde que foi criada, há 47 anos. Para a reitora, as mulheres têm despontado e se capacitado cada vez mais, tanto nas áreas de educação, saúde, militar, quanto no comércio e na indústria. Wanda acredita ainda que as diferenças vão além do aspecto de gênero feminino ou masculino. “É preciso respeitar também outras identidades e combater qualquer tipo de discriminação”, frisa a reitora da UFSCar.
Assessoria de Comunicação Social