Falta sensibilidade aos grevistas, diz ministro
O ministro da Educação, Fernando Haddad, defendeu nesta terça-feira, 8, o investimento em recursos humanos nas universidades federais. O aporte no atual mandato, segundo ele, equipara-se ao que o MEC pretende destinar ao Fundo da Educação Básica (Fundeb) dentro de quatro anos: R$ 4 bilhões.
“Não é pouca coisa, isso nunca foi feito e infelizmente acho que a categoria não está tendo grande sensibilidade para perceber suas conquistas”, disse o ministro. Ele falou para dezenas de reitores que participaram da reunião do Conselho Pleno da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições de Ensino Superior (Andifes), em Brasília.
Segundo Haddad, só a carreira dos servidores das universidades federais custará ao MEC R$ 1,95 bilhão, durante o mandato do presidente Lula. “Isso é muito justo. E é uma categoria que chamou a greve seis meses depois de o presidente da República ter sancionado a lei que garante o plano de carreira dos servidores, uma reivindicação de 18 anos. Comemoramos apenas seis meses, no sétimo a greve estava instalada sem que tivéssemos tempo de negociar. Há uma situação que não é normal, não é razoável”.
O ministro lembrou que houve uma oferta para os docentes das universidades federais no valor R$ 395 milhões, muito superior à feita no ano passado, e que essa oferta subiu para R$ 500 milhões, trazendo ganho real acima da inflação para toda a categoria. “Subimos a GED (gratificação de estímulo à docência) de 65 pontos para 90, e depois para 115, o que é um avanço extraordinário”.
Segundo ele, o MEC foi o único ministério autorizado pela área econômica a negociar com sua base. “Estamos com a consciência tranqüila de que fizemos um trabalho extraordinário”. Ao tomar posse e conversar com o presidente Lula, o ministro disse quais seriam suas prioridades: pacificar as universidades, fazendo bons acordos para docentes e técnicos, aprovar o Fundeb e encaminhar a reforma da educação superior ao Congresso Nacional neste ano.
Haddad também garantiu que a Emenda Andifes 2005, que prevê R$ 31 milhões para investimentos nas universidades federais, está sendo liberada. “Participei de uma reunião com a ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, e com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. Eles disseram que estão fazendo os últimos ajustes para a liberação da emenda”.
Saúde – O ministro lembrou aos reitores que se o MEC fizer um cálculo sobre a necessidade de leitos nos hospitais universitários, destinados ao ensino dos alunos das universidades federais, o número será inferior ao existente. “Não defendo redução do número desses leitos. Estou dizendo que a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) autoriza financiar leitos necessários à manutenção e desenvolvimento do ensino. É justo que demais leitos atendam a população, é imperioso que atendam, mas não deveriam estar sendo financiados com verba da educação”. Segundo ele, há duas saídas para o problema: custeio pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ou pelo Tesouro Nacional.
Repórter: Susan Faria