Emoção e aventura no lançamento do Projeto Rondon na Amazônia
O início da segunda edição do Projeto Rondon, na Amazônia, foi marcado por muita emoção. Na chegada a Manaus, no início da noite de sexta-feira, 3, o encontro das águas dos rios Negro e Solimões levou às lágrimas muitos estudantes a bordo do C99-A da Força Aérea Brasileira (FAB). Visto do alto, a misteriosa separação simétrica das negras águas do Rio Negro com as barrentas águas do Solimões – que não se misturam – transformam em êxtase um espetáculo de 100 quilômetros de extensão, tirando o fôlego dos participantes do projeto.
Surpresa e encantamento também ocorreram na Serra do Cachimbo, no campo de provas da Força Aérea Brasileira (FAB). A base fica no sul do Pará, na divisa com o Mato Grosso, e é utilizada para abastecimento das aeronaves com destino à região Norte. A pista de pouso fica no meio da floresta amazônica. “É uma área cuja extensão corresponde a do estado de Sergipe e é específica para treinamento da Força Aérea”, disse o tenente-coronel Luiz Antônio Azevedo Silva, diretor do campo de provas.
Silva e seus comandados recepcionaram os rondonistas com café e água. Ele contou que a Força Aérea está na região desde 1950. Uma das peculiaridades da área é que ela é totalmente preservada. Os cerca de 700 universitários participantes do Projeto Rondon partiram da Base Aérea de Brasília para a missão. Eles receberam os cumprimentos do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e do ministro da Educação, Fernando Haddad, além dos comandos do Exército, Marinha e Aeronáutica.
Cobras – Os estudantes, de 20 estados, foram transportados para a Amazônia em aviões C-130 Hércules, C-99 e Boeing 707. No sábado, 4, os rondonistas participaram da instalação do projeto no Amazonas e de exercícios de ambientação que envolveram simulação na selva e possíveis encontros com animais peçonhentos, como cobras das espécies jararaca e coral.
A apresentação das cobras levou a maior parte do grupo a demonstrar sensação de medo e repulsa. Algo que não ocorreu com o jovem catarinense Cledson Wiezoreck, estudante de engenharia ambiental, que, para surpresa geral, soube imobilizar os ‘bichinhos’ com técnica invejável. Soube-se depois que, no Paraná, Cledson trabalha na extração de veneno de cobr. Por isso o domínio demonstrado.
Repórter: Sonia Jacinto