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Educação superior

Estudantes sonham com aumento de oportunidades

  • Terça-feira, 07 de novembro de 2006, 14h40
  • Última atualização em Terça-feira, 22 de maio de 2007, 11h13

Realização, oportunidade, esperança, dificuldade e desafio são as palavras que vieram à mente da maioria dos estudantes de origem popular para exprimir suas sensações ao ingressar na universidade. Experiência que esperam ser vivida por um número cada vez maior de jovens brasileiros da mesma condição. Atualmente, 1.142 alunos de origem popular são bolsistas do programa Conexão de Saberes. Para 45,8% deles, o mais importante é a oferta de maior número de bolsas.

O estudante de agronomia da Universidade Federal do Ceará (UFC), Valdeir Silva de Souza, 29 anos, não é bolsista, mas tem sua história de superação. Aos 18 anos, Valdeir cumpria a sina de centenas de jovens das zonas rurais de pequenos municípios do interior. Trabalhava com agricultura familiar e interrompera os estudos na 4ª série do ensino fundamental.

Morador da comunidade Tamarina, na zona rural de Pentecoste, no Ceará, Valdeir tinha dificuldades, além da pouca escolaridade. Aos 18 anos, não sabia ler nem escrever com segurança e a escola mais próxima ficava a 18 quilômetros da sua casa. Em 1994, conheceu o Projeto Educacional Coração de Estudante (Prece), que reunia os jovens da comunidade para ajudar nos estudos. Dois anos depois, fez inscrição no supletivo para concluir a educação fundamental em Pentecoste.

Para terminar o ensino médio Valdeir precisou superar o cansaço e a distância. Estudava em casa e uma vez por mês viajava a Fortaleza. Apesar das críticas de amigos e vizinhos, o estudante não desistiu e tentou o vestibular de 2001 a 2003. “Perguntavam se eu ia viver só de estudo”, conta ele, agora no segundo semestre de agronomia. “O curso é tudo para mim”, afirma.

Força – Valdeir Silva é o único universitário da família e da comunidade onde nasceu. Estuda em Fortaleza e nos fins de semana volta para a zona rural onde dá aulas de matemática no curso pré-vestibular do Prece. Diante das dificuldades que enfrenta para fazer o curso, ele pretende ingressar no Conexões de Saberes. “Não sou bolsista e sei que será uma luta grande permanecer estudando”, diz. Para isso, ele pretende pedir à UFC que aumente o número de bolsistas do programa. “Para dar mais força a quem precisa”, finaliza.

O programa Conexões de Saberes: diálogos entre a universidade e as comunidades populares oferece a jovens universitários de origem popular apoio financeiro e metodológico para que eles desenvolvam pesquisas e trabalhos de extensão em suas comunidades.

Karla Nonato

Assunto(s): mec , notícias , jonalismo , matérias
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