Encontro de reitores em Minas
Belo Horizonte — A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) é palco do Congresso Internacional de Reitores Latino-Americanos e Caribenhos. O ministro da Educação, Fernando Haddad, participou da abertura do congresso, na noite de domingo, 16. Para o ministro, os governos comprometidos com a educação promoverão avanços nas sociedades.
“Temos de trabalhar a unidade de propósitos, tais como o crescimento da economia, para fazer a educação um motivo a mais para aproximar os países da América Latina e do Caribe”, afirmou. Haddad comentou os números da educação superior divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a partir da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (PNAD) de 2006. “Hoje, temos cerca de 5,8 milhões de alunos matriculados no ensino superior no Brasil”, destacou. “Há mais brasileiros cursando a academia do que já formados. Com o crescimento da educação superior, estamos quase prontos para afirmar que em quatro ou cinco anos teremos mais do que o dobro de brasileiros qualificados em busca de oportunidades no mercado de trabalho.”
Além das transformações no quadro de pessoal capacitado no mercado, Haddad falou sobre uma das grandes polêmicas atuais na educação brasileira, o compromisso do Ministério da Educação com a qualidade das instituições de ensino superior. Para o ministro, a consolidação do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) vai permitir ao MEC agir nos processos de renovação de cursos, o que já faz naqueles de autorização — negar pedidos de instituições sem compromisso com qualidade. “É o fim da complacência com a visão mercantilista que chamava o Estado e aproveitava o bem público apenas para atribuir conceitos e impedir que estudantes fossem erroneamente levados às portas que se abrem pelo simples fato de o cidadão portar um diploma”, afirmou. “Temos de prezar pela qualidade dos profissionais formados em nossas instituições.”
A diretora do Instituto Internacional da Educação Superior da América Latina e do Caribe (Iesalc), Ana Lúcia Gazzola, entende que o acesso e a posse de conhecimento são, hoje, condições de cidadania. “Não teremos desenvolvimento sem conhecimento, não teremos conhecimento sem desenvolvimento. O conhecimento é a nova riqueza das nações, a última fronteira na qual jogam seu destino”, disse. “Talvez seja a hora de perguntarmos de quantas e quais universidades um país dispõe, e com que qualidade e compromisso social elas atuam, para que possamos aferir quais são as reais chances de desenvolvimento desse País.”
O Congresso Internacional de Reitores Latino-americanos e Caribenhos, que tem como lema Incipit vita nova: infunda, inspire vida nova, estende-se até quarta-feira, no campus da UFMG. Participam cerca de 400 convidados, entre eles 200 reitores.
Luciana Yonekawa