MPB facilita ensino de filosofia
A proposta de unir filosofia com MPB torna a aula de filosofia mais atraente e prazerosa, garante a professora Vânia Aparecida Silva Corrêa Pinto, do Rio de Janeiro, uma das vencedoras da terceira edição do prêmio Professores do Brasil. Brasileirinho: Sarau de Poesia e Filosofia no Bosque é um projeto anual, que envolve 15 turmas, principalmente da primeira série do ensino médio.
O projeto, segundo ela, aumentou a assiduidade do aluno, o rendimento escolar e, principalmente, tornou a escola mais próxima do estudante. “Como local privilegiado de imaginação; logo, de esperança e transformação”, afirma.
O prêmio é considerado por Vânia um reconhecimento, que aumenta a auto-estima e traz mais esperança. “Faz a gente acreditar que por baixo desse mundo do salve-se quem puder germinam iniciativas que podem fazer brotar um novo país, um novo mundo”, diz.
O objetivo do projeto de Vânia é criar estratégias de ensino para incentivar o prazer pela aprendizagem na escola e permitir que o aluno a sinta na força de seus próprios valores. Ela explica que o CD Brasileirinho, da cantora Maria Bethânia, foi o ponto de partida para a produção de textos, poesias, crônicas, teatro, danças e debates. “Essas atividades, além de propiciar aprendizagem prazerosa aos alunos, envolveram toda a comunidade e deram espaço a artistas locais”, conta.
Graduada em filosofia e em história, com especialização em filosofia contemporânea, Vânia, 39 anos, atua há 18 no magistério, dez dos quais no Colégio Estadual Vicente Jannuzzi, na Barra da Tijuca (Zona Oeste do Rio). Ela pretende investir o dinheiro do prêmio em um curso de mestrado.
Biologia — No sul do Ceará, a 600 quilômetros de Fortaleza, Luciano Guedes Siebra, 34 anos, é outro premiado. Graduado em biologia, com pós-graduação em ecologia, há dez anos ele leciona na Escola de Ensino Fundamental e Médio Dona Carlota Távora, no município de Araripe.
Seu projeto, Pesquisar é Produzir Novos Conhecimentos e Comunicar os Resultados, foi desenvolvido em duas turmas do ensino médio, subdivididas em sete equipes. Cada uma ficou encarregada de um tema diferente, relativo a aspectos sociais, econômicos, políticos e ambientais. “Os resultados foram ótimos. O número de aprovados nas duas turmas em que trabalhei superou o percentual de 95%. Além disso, a taxa de evasão foi zero”, destaca o professor.
Entre os temas pesquisados, a análise do sistema de abastecimento de água do distrito de Brejinho obteve grande repercussão. Além de visitar os locais de captação, armazenamento e distribuição, os estudantes tiveram acesso a análises microbiológicas e constataram que a água era inadequada ao consumo.
Quando estava na faculdade, Luciano foi bolsista de iniciação científica. Isso despertou seu gosto pela pesquisa, que procura agora transmitir aos alunos.
Fátima Schenini
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