Merendeiras aprendendo sobre direitos da mulher
Aprender a armazenar e a estocar alimentos é essencial para uma merendeira. Mas também é importante adquirir noções de direito, por exemplo. É assim, com grande variedade de temas e instrutores, que o Ministério da Educação oferece formação continuada aos profissionais da educação infantil e do ensino fundamental que atuam em áreas de apoio nas escolas, como vigilantes, bibliotecárias e merendeiras. No ano passado, foram aprovados projetos de 15 estados e 26 municípios. Ao todo, foram atendidos 44 mil funcionários.
“Eu amei o curso. Foi uma maravilha. Era o que eu estava precisando, na verdade nós todas. Ajudou na auto-estima e no dia-a-dia. Mudei meus hábitos alimentares. A nota é dez”, conta Maria Rosalina Cabloco Casini, merendeira do Colégio Estadual Nestor Victor, em Pérola (PR).
Rosalina, de 46 anos, disse que nunca tinha tido antes a oportunidade de demonstrar como se sentia na profissão, que exerce há 13 anos. Durante o curso, ela falou em nome das alunas o que estavam sentindo. Agora, está repassando os conhecimentos adquiridos para as colegas que não puderam participar das aulas.
A Secretaria Estadual de Educação procurou o Instituto de Desenvolvimento Educacional do Paraná (Fundepar) para capacitar 960 merendeiras do estado. O MEC deu apoio financeiro de R$ 300 mil para a realização dos cursos, divididos em duas etapas. Nas primeiras 20 horas, uma nutricionista ensinou noções de higiene alimentar e opções de cardápios variados. Nas 20 horas restantes, as merendeiras tiveram aulas com advogados (direitos da mulher), médicos (saúde da mulher) e professores de educação física (como prevenir acidentes de trabalho).
Podem participar do programa as secretarias estaduais de educação e todos os municípios que tenham matrículas de alunos na educação infantil, de acordo com o Censo Escolar 2004, e autorização para funcionamento do conselho estadual ou municipal de educação. O MEC custeia a implementação e os monitores são contratados pelos próprios municípios e estados. Ano passado, o governo federal investiu cerca de R$ 6 milhões no programa. Este ano, a meta é atender 60 mil funcionários, com R$ 8 milhões.
Repórter: Raquel Maranhão Sá