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Ações internacionais

Países emergentes discutem educação

  • Terça-feira, 22 de abril de 2008, 13h54
  • Última atualização em Quarta-feira, 02 de julho de 2008, 15h59

Os principais problemas educacionais de Brasil e África do Sul e as políticas públicas para contorná-los foram destaque da abertura do II Simpósio e Fórum Público em Educação, Igualdade e Justiça Social. O debate ocorreu nesta terça-feira, 22, no auditório do Senado Federal, em Brasília.

A proposta do seminário é a troca de experiências entre representantes de países com problemas semelhantes, como África do Sul, Brasil e Índia, com o apoio e a participação do Reino Unido, de forma a melhorar a educação de todos.

A ministra da educação da África do Sul, Naledi Grace Mandisa Pandor, relatou que, desde 1994, com o fim do regime de segregação racial, o país vive um intenso período de reformas. Porém, para ela, as profundas desigualdades, não apenas raciais, mas culturais, de classe social e de gênero, ainda persistem. “Muitas escolas tendem a promover a assimilação das crianças e não a dessegregação”, disse. Para Grace, o maior desafio educacional da África do Sul é assegurar educação básica de qualidade para todos, inclusive adultos.

No caso do Brasil, o ministro Fernando Haddad lembrou que, de acordo com a Constituição Federal de 1988, cabe à União equalizar as oportunidades educacionais. Haddad relatou as políticas adotadas pelo Ministério da Educação nesse sentido e destacou o sistema nacional de avaliação, que permite traçar um perfil de cada escola, rede e do quadro nacional ao avaliar as condições de aprendizagem de todas as 40 mil escolas urbanas do país.

O ministro ressaltou ainda o esforço do governo federal em promover uma maior articulação entre educação básica e superior. “A qualidade da educação superior depende dos egressos da educação básica e qualidade da educação básica depende da boa formação de professores na educação superior”, exemplificou.

Haddad defendeu uma combinação mais efetiva entre financiamento e gestão e afirmou que é preciso destinar pelo menos 6% do PIB do país para educação. Hoje são cerca de 4%. Para conseguir mais recursos, o ministro enfatizou a necessidade de se acabar com a Desvinculação dos Recursos da União (DRU), que, segundo o ministro, retira 20% dos recursos da área. Uma proposta de emenda constitucional, de autoria da senadora Ideli Salvatti (PT-SC), tramita no Congresso Nacional, e já foi aprovada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado.

O presidente da Comissão, senador Cristovam Buarque, sugeriu que o encontro desta terça resulte num pacto internacional em prol da educação. “Não há preocupação global com a educação como há com a economia”, acredita. Para a representante do Ministério da Educação do Reino Unido, Lesley Longstone, toda criança tem potencial para ter uma vida de êxito, independente de seu histórico. “Os professores precisam acreditar nisso”, afirma.

O simpósio é realizado em parceria pelo Ministério da Educação, Instituto de Educação da Universidade de Londres (IOE), Consulado Britânico, Governo Federal e a Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal (Uniderp). De quarta-feira, 23, até domingo, 27, prosseguirá no Mato Grosso do Sul. A primeira edição ocorreu em Londres, em 2006.

Maria Clara Machado

*Republicada com correção de informação

Assunto(s): mec , notícias , jonalismo , matérias
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