Projeto Escolas de Fronteira é ampliado
Escolas públicas de quatro municípios dos estados do Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Roraima, que ficam na divisa com cidades do Uruguai, do Paraguai ou da Venezuela, vão ingressar, em 2009, no Projeto Escola Intercultural Bilíngüe de Fronteira. Ação bilateral Brasil-Argentina desde 2005, o projeto agora amplia sua abrangência e passa a ser uma ação dos países do Mercosul.
Os novos municípios que vão participar do projeto no início do ano letivo de 2009 são Jaguarão (RS), que fará parceria com Rio Branco (Uruguai); Chuí (RS), com a cidade de Chuy (Uruguai); Ponta Porã (MS), com Pedro Juan Caballero (Paraguai); e Pacaraima (RR), com Santa Elena de Uiarén (Venezuela).
O intercâmbio das novas escolas começa com estudantes do primeiro ano do ensino fundamental. O processo consiste no revezamento de professores brasileiros que vão às escolas das cidades da divisa e dos professores da Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela que vêm ao Brasil ensinar os estudantes. Os professores lecionam na língua do seu país, português ou espanhol. No primeiro ano, por exemplo, a aula com o professor estrangeiro envolve atividades lúdicas.
A inclusão das novas escolas brasileiras no Projeto Escola Intercultural Bilíngüe de Fronteira será precedida de um diagnóstico sobre o nível de intercâmbio lingüístico. O Ministério da Educação quer saber qual a fluência que alunos, professores e pais têm da língua espanhola, se o conhecimento é apenas oral ou é também da escrita, levantar como eles têm acesso à língua (rádio, televisão, jornais). O diagnóstico será a base para construir o programa de intercâmbio. O levantamento será feito pelo Instituto de Investigação e Desenvolvimento em Política Lingüística (Ipol), que tem sede em Florianópolis.
Atualmente participam do projeto oito escolas brasileiras e sete da Argentina: uma escola de Uruguaiana (RS) com uma escola de Passo do Los Libres (Argentina); duas escolas de São Borja (RS) com duas de São Tomé (Argentina); duas escolas de Itaqui (RS) com uma escola de La Cruz (Argentina); uma escola de Dionísio Cerqueira (SC) com uma escola de Bernardo de Irigoyen (Argentina); e uma escola de Foz do Iguaçu (PR) com uma escola de Puerto Iguazu (Argentina). Participam diretamente do projeto 40 professores brasileiros e cerca de 850 estudantes do primeiro ao quarto ano do ensino fundamental.
Experiência - O projeto, que tem origem na declaração conjunta firmada em Buenos Aires, em junho de 2004, pelos ministros da Educação, Ciência e Tecnologia da Argentina, Daniel Filmus, e da Educação do Brasil, Tarso Genro, previa a troca de experiências entre alunos e professores de escolas públicas brasileiras e argentinas. Desde 2005, o projeto é desenvolvido entre os dois países. Em 2009 terá mais três países e maior número de escolas, alunos e professores. Os objetivos são reforçar o aprendizado, uma vez que a maioria dos alunos das escolas de fronteira tem contato com a língua falada pelos países vizinhos, e fortalecer os laços culturais e de amizade no âmbito do Mercosul.
Ionice Lorenzoni
Republicada com alterção de informações